Fantástico relembra casos recentes de violência dentro das escolas e questiona: qual é a melhor maneira de levar a paz de volta às salas de aula?
A aula já havia terminado em uma escola estadual de Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na saída, a poucos metros do colégio, duas estudantes se envolveram em uma briga. As imagens gravadas por um telefone celular caíram na internet. As adolescentes, de 14 e 16 anos, trocam socos, chutes e até xingamentos.
No dia seguinte, uma nova confusão. Agora, com as mães das estudantes. Elas também saem no tapa. Dessa vez, no pátio da escola, na frente de outros alunos. O Fantástico localizou as duas mulheres que aparecem brigando na gravação. Uma delas está grávida de oito meses.
Ela conta que foi conversar com a diretora, quando a outra mãe chegou com a filha: “A filha dela veio e pôs o dedo no meu rosto. Na hora em que ela pôs o dedo no meu rosto, eu bati na mão dela. Na hora em que eu bati na mão dela, a mãe dela falou: ‘Na minha filha ninguém bate’ e avançou em mim".
A mãe da adolescente de 16 anos tentou justificar a agressão: “Na hora a gente fica cego mesmo. Quer defender mesmo, todo mundo que tem filho sabe disso”.
A briga entre as alunas começou depois que uma colocou apelido na outra. As mães, que deveriam ter resolvido a situação conversando, também perderam a cabeça.
“A mãe nunca deve ser modelo de agressão. Uma mãe que agride, ela mostra para o filho que a agressão é uma solução”, afirma Neide de Aquino Noffes, diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP.
“Totalmente arrependida, constrangida”, admite a mãe de uma delas.
Em Salto de Pirapora, interior de São Paulo, outro caso envolvendo uma mãe enfurecida ganhou destaque esta semana.
Eram 17h30, final de expediente, a aula havia acabado. A professora Sônia saiu pela porta da escola, como fazia todos os dias. Caminhou pelo corredor, e do lado de fora da escola, aconteceu o que ela nunca esperava. No estacionamento, estava a mãe de uma aluna, que a imobilizou e começou a espancá-la com muita violência.
“Só senti um puxão no cabelo. Forte, muito forte. Fui caindo. E depois soco, muito soco”, relata a professora. “Ela falou assim: ‘Isso é para você nunca mais mexer com a minha filha’”, lembra a vítima.
Depois da agressão, Sônia passou por uma cirurgia de reconstrução da face. Por isso, prefere não mostrar o rosto. Na época, a agressora tentou se justificar dizendo que a filha, de 5 anos, apanhou na sala de aula.
“Se encostar a mão na minha filha, eu bato de novo!”, garante a mãe.
“Um pai, se o filho reclama de alguma coisa, não vai chegar lá batendo em todo mundo, seja na escola ou em outro lugar. Você vai perguntar o que aconteceu”, orienta Miriam Abramovay, socióloga.
Na última quarta-feira 9(24), a Justiça determinou a prisão da mãe da criança. A juíza entendeu que a professora corria risco, uma vez que a agressora confessou a autoria das lesões e disse que faria tudo de novo, se tivesse oportunidade. “Não era isso que eu esperava para mim quando eu optei pelo magistério”, lamenta a professora.
Não era também o que esperava a diretora de um colégio de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Quando eu estava entrando na minha sala, eu senti um chute nas minhas pernas”, relata.
O aluno, do 6º ano, sai da sala de aula e faz uma ameaça. "Vou matar você”. Ele encontra a diretora no corredor e acerta um chute nela. “Ele é um aluno violento, acha que brigar não tem problema nenhum”, diz a diretora.
Era o primeiro dia de aula dele, depois de cumprir a terceira suspensão por indisciplina. A mãe não se conforma com a atitude do filho e admite que tem dificuldade de impor limites: “Eu fiquei impressionada, eu não acreditei naquilo. Ela é uma diretora de escola, ela é superior a ele”, diz.
Nos próximos dias, a direção vai decidir se o adolescente, de 15 anos, continua ou não estudando no colégio. Essa foi a quarta ocorrência policial por agressão e vandalismo na escola este ano.
“Isso é típico de uma pessoa que está fazendo espetáculo, isso também é típico de ser jovem, de querer aparecer”, explica Miriam Abramovay.
Em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, estudantes do 8º ano colocaram fogo em uma carteira, enquanto a professora tirava dúvidas da classe. Por causa da fumaça, dois alunos foram levados ao pronto-socorro. A polícia investiga o autor da brincadeira de mau gosto.
Mas, qual a parcela de culpa dos pais nesses casos de violência? E qual deve ser o papel da escola?
“Nessa relação professor/aluno, escola/aluno, escola/professor, nós temos que colocar todos em uma mesa para conversar para sabermos o que vamos fazer”, acredita Neide de Aquino Noffes.
Afinal, é possível trazer a paz de volta aos colégios?
No dia seguinte, uma nova confusão. Agora, com as mães das estudantes. Elas também saem no tapa. Dessa vez, no pátio da escola, na frente de outros alunos. O Fantástico localizou as duas mulheres que aparecem brigando na gravação. Uma delas está grávida de oito meses.
Ela conta que foi conversar com a diretora, quando a outra mãe chegou com a filha: “A filha dela veio e pôs o dedo no meu rosto. Na hora em que ela pôs o dedo no meu rosto, eu bati na mão dela. Na hora em que eu bati na mão dela, a mãe dela falou: ‘Na minha filha ninguém bate’ e avançou em mim".
A mãe da adolescente de 16 anos tentou justificar a agressão: “Na hora a gente fica cego mesmo. Quer defender mesmo, todo mundo que tem filho sabe disso”.
A briga entre as alunas começou depois que uma colocou apelido na outra. As mães, que deveriam ter resolvido a situação conversando, também perderam a cabeça.
“A mãe nunca deve ser modelo de agressão. Uma mãe que agride, ela mostra para o filho que a agressão é uma solução”, afirma Neide de Aquino Noffes, diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP.
“Totalmente arrependida, constrangida”, admite a mãe de uma delas.
Em Salto de Pirapora, interior de São Paulo, outro caso envolvendo uma mãe enfurecida ganhou destaque esta semana.
Eram 17h30, final de expediente, a aula havia acabado. A professora Sônia saiu pela porta da escola, como fazia todos os dias. Caminhou pelo corredor, e do lado de fora da escola, aconteceu o que ela nunca esperava. No estacionamento, estava a mãe de uma aluna, que a imobilizou e começou a espancá-la com muita violência.
“Só senti um puxão no cabelo. Forte, muito forte. Fui caindo. E depois soco, muito soco”, relata a professora. “Ela falou assim: ‘Isso é para você nunca mais mexer com a minha filha’”, lembra a vítima.
Depois da agressão, Sônia passou por uma cirurgia de reconstrução da face. Por isso, prefere não mostrar o rosto. Na época, a agressora tentou se justificar dizendo que a filha, de 5 anos, apanhou na sala de aula.
“Se encostar a mão na minha filha, eu bato de novo!”, garante a mãe.
“Um pai, se o filho reclama de alguma coisa, não vai chegar lá batendo em todo mundo, seja na escola ou em outro lugar. Você vai perguntar o que aconteceu”, orienta Miriam Abramovay, socióloga.
Na última quarta-feira 9(24), a Justiça determinou a prisão da mãe da criança. A juíza entendeu que a professora corria risco, uma vez que a agressora confessou a autoria das lesões e disse que faria tudo de novo, se tivesse oportunidade. “Não era isso que eu esperava para mim quando eu optei pelo magistério”, lamenta a professora.
Não era também o que esperava a diretora de um colégio de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Quando eu estava entrando na minha sala, eu senti um chute nas minhas pernas”, relata.
O aluno, do 6º ano, sai da sala de aula e faz uma ameaça. "Vou matar você”. Ele encontra a diretora no corredor e acerta um chute nela. “Ele é um aluno violento, acha que brigar não tem problema nenhum”, diz a diretora.
Era o primeiro dia de aula dele, depois de cumprir a terceira suspensão por indisciplina. A mãe não se conforma com a atitude do filho e admite que tem dificuldade de impor limites: “Eu fiquei impressionada, eu não acreditei naquilo. Ela é uma diretora de escola, ela é superior a ele”, diz.
Nos próximos dias, a direção vai decidir se o adolescente, de 15 anos, continua ou não estudando no colégio. Essa foi a quarta ocorrência policial por agressão e vandalismo na escola este ano.
“Isso é típico de uma pessoa que está fazendo espetáculo, isso também é típico de ser jovem, de querer aparecer”, explica Miriam Abramovay.
Em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, estudantes do 8º ano colocaram fogo em uma carteira, enquanto a professora tirava dúvidas da classe. Por causa da fumaça, dois alunos foram levados ao pronto-socorro. A polícia investiga o autor da brincadeira de mau gosto.
Mas, qual a parcela de culpa dos pais nesses casos de violência? E qual deve ser o papel da escola?
“Nessa relação professor/aluno, escola/aluno, escola/professor, nós temos que colocar todos em uma mesa para conversar para sabermos o que vamos fazer”, acredita Neide de Aquino Noffes.
Afinal, é possível trazer a paz de volta aos colégios?
"Nós temos que ter políticas preventivas sobre violência dentro das escolas. Nós não podemos continuar correndo atrás quando as coisas já aconteceram. É importantíssimo que as famílias saibam o que está acontecendo dentro das escolas. Quem são os amigos, quem são os colegas, quem são os grupos, o que eles estão fazendo. Essa relação escola/família é fundamental", propõe a socióloga Miriam Abramovay.
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