As notas da parte objetiva da prova e da redação são 9% mais altas em colégios de distritos com renda mais alta
28 de novembro de 2013 | 2h 03
Bárbara Ferreira Santos, Paulo Saldaña, Rodrigo Burgarelli e Victor Vieira - O Estado de S.Paulo
As escolas particulares nas regiões mais pobres da cidade de São Paulo tendem a ter resultados piores no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As notas da parte objetiva da prova e da redação são 9% mais altas em escolas de distritos com renda mais alta da cidade quando comparadas a unidades privadas de áreas pobres. Já nas públicas da capital paulista, essa realidade influi menos.
O Estadão Dados cruzou os resultados do Enem por escola na cidade com a renda média do trabalhador em cada distrito, segundo o Censo de 2010. Depois, as unidades foram divididas em quatro faixas de renda - de modo a distribuir igualmente os distritos da cidade. As informações mostram que, nas localidades mais pobres, estudar em escola particular não é sinônimo de médias mais altas.
A diferença na área objetiva do Enem era de 48 pontos entre as escolas privadas em distritos de renda classificada como muito baixa (até R$ 1.187) e muito alta (acima de R$ 2.940). Na redação, essa distância ficou em 50 pontos. Já entre as escolas públicas da cidade, não há uma tendência que acompanha a renda do distrito (mais informações nesta página). As notas mais baixas nem sequer estão nas faixas de renda mais baixas, e as distâncias são de 15 pontos na parte objetiva e de 17 na redação.
Família. Segundo Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as primeiras colocações não se devem só ao trabalho da escola, mas também às condições dos alunos. "A escola bem ranqueada diz que ela colocou o aluno ali. Mas é a família que colocou um aluno muito bom lá", afirma Soares, especialista em avaliação educacional.
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