Segundo o MEC, nota do colégio de SP não havia sido divulgada por discrepância de dados de alunos
Após recurso, resultado de outras duas escolas foi incluído na lista do ministério; ao todo, 24 pediram nova análise
O colégio Objetivo Integrado, de São Paulo, assumiu a liderança no ranking de melhores escolas do país no Enem 2012 depois de uma revisão de dados pelo governo.
A média dos alunos do 3º ano da instituição foi de 740,81, cerca de 19 pontos acima da então primeira colocada, o Bernoulli (722,15), de Belo Horizonte (MG).
Em 2011, o Objetivo também estava no topo da lista.
Ontem, o Inep (órgão responsável pelo exame) atendeu recurso de três escolas particulares que não tiveram a média de seus estudantes divulgada anteriormente. Outros recursos poderão ser atendidos nos próximos dias.
Segundo nota técnica do órgão, o colégio havia ficado de fora da lista porque o número de estudantes que declararam pertencer a ele no questionário do Enem foi superior ao número de concluintes indicado no Censo Escolar do mesmo ano.
A confusão teria sido gerada por informações incompletas prestadas pelos alunos.
Com isso, houve uma "taxa de participação superior a 100%, o que impediu o cálculo da média", diz a nota.
Para a revisão, foi preciso comparar o nome de cada estudante matriculado no colégio e declarado no censo com a lista de candidatos que apontaram a escola como origem.
"Vimos que cinco alunos não eram do nosso colégio: um tinha saído no 1º ano, os outros quatro eram de colégios do Objetivo de outros lugares", afirmou ontem o diretor do grupo Objetivo, José Augusto Nasser.
RECURSOS
O Inep divulgou ainda a nota do Objetivo Integrado de Mogi das Cruzes (32º) e do colégio Classe A (372º), de Campo Grande (MS).
Até ontem, 24 escolas apresentaram recurso para saber o motivo da ausência de média de seus estudantes. As instituições têm até a próxima quarta-feira para pedir a análise de seus resultados.
O governo não tem prazo para concluir essas revisões.
Além do Objetivo Integrado, o Santa Maria, outro colégio de elite da capital paulista, ficou fora do levantamento. No Enem 2011, a escola apareceu em 16º. A instituição entrou com recurso.
Segundo o Inep, as três escolas que tiveram a média divulgada ontem foram as primeiras a apresentar recurso.
A revisão ocorreu um dia depois de divulgada a lista com a nota de 11.239 escolas do país no exame de 2012.
A correção ocorreu no momento em que o ministro Aloizio Mercadante (Educação) cumpre agenda extraoficial em Madri, na Espanha.
Anteontem, ao ser questionado sobre o ranking das instituições de ensino médio, ele ponderou que a lista "mascara algumas questões fundamentais", como o nível socioeconômico dos estudantes e o lugar em que essas escolas estão localizadas.
Após recurso, Objetivo Integrado entra na lista e é 1º do País no Enem
Ao todo, 24 escolas já pediram reexame de critérios; Além de Integrado de SP, outras duas escolas que estavam de fora tiveram dados divulgados
27 de novembro de 2013 | 15h 51
O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) atualizou a lista de escola do Enem e incluiu três unidades que haviam ficado de fora da primeira divulgação. Após ter recurso aceito, o Colégio Objetivo Integrado, de São Paulo, passa a ocupar a primeira posição entre todas as escolas do País.
Evelson de Freitas/Estadão
Cinco alunos que não seriam da escola teriam sido registrados no Enem erroneamente
A média calculada com as quatro notas da prova ficou em 740,81, acima do colégio Bernoulli, de Minas, cuja nota foi de 722,15. Na redação, a escola teve 744, que a deixa na 34ª melhor nota do País.
Segundo a unidade, cinco alunos que não seriam da escola teriam sido registrados no Enem erroneamente e e outros dois ainda estariam fora da base. Para ter as médias divulgadas, as unidades precisam ter ao menos dez alunos no Enem e 50% de seus concluintes. Fizeram o exame 38 dos 42 alunos concluintes da escola, segundo o Inep.
O Objetivo Integrado de Mogi das Cruzes, do mesmo grupo, e o Colégio Classe A, de Mato Grosso do Sul, também foram incluídos após recurso. As escolas tiveram nas prova 10 e 34 estudantes no exame, respectivamente.
O Inep informa que 24 escolas entraram com pedido de reexame e a novas atualizações podem ser divulgadas nos próximos dias. As instituições têm até 4 de dezembro para ingressar com reclamações.
Rede privada piorou mais que pública e puxou nota do Enem 2012 para baixo
Entre escolas particulares paulistas, 47% daquelas que tiveram os resultados dos dois últimos anos divulgados registraram queda na média geral; entre as públicas, esse porcentual foi de 34%. Colégios tradicionais ficam de fora do ranking e vão recorrer
27 de novembro de 2013 | 2h 06
Bárbara Ferreira Santos, Laura Maia de Castro, Marina Azaredo, José Roberto de Toledo, Paulo Saldaña e Victor Vieira - O Estado de S.Paulo
Os resultados por escola no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 mostram que a rede privada piorou mais do que a pública em comparação com 2011, puxando a média das notas para baixo - sobretudo em São Paulo. Entre escolas particulares paulistas, 47% daquelas que tiveram os resultados dos dois últimos anos divulgados registraram queda na média geral. Entre as públicas, esse porcentual foi de 34%. O mesmo ocorre em todo o País: 45% das privadas caíram entre 2011 e 2012, enquanto a queda nas públicas foi de 40%.
As médias são calculadas com base nas notas das quatro áreas da prova (Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática). Com o método matemático adotado, é possível comparar o desempenho - teoricamente, os exames têm a mesma dificuldade. Das 11.239 escolas que aparecem na lista de 2012, 6.833 tiveram dados em 2011. Entre essas, a média geral das notas caiu 3%, de 537 para 521 pontos. O recorte foi realizado pelo Estadão Dados.
Entre as instituições que tiveram os dados nos dois anos, houve queda em todas as redes na área de Linguagens (Português e Língua Estrangeira). Mas na rede privada houve a maior queda nessa área, de 6,1%. A particular foi a única em que a média de Ciências da Natureza caiu.
A diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, vê importância nas informações, mas diz que é preciso cautela. "Os resultados não podem ser ignorados, mas é importante saber que é só um retrato", observa. "No ranking, parece que a rede particular é muito melhor do que a pública, e nem sempre é verdade." Na média geral das quatro áreas, a rede privada tem nota 20% maior do que a pública (mais informações na página A19).
Recursos. Entre as 20 escolas que ocupam o topo do ranking, apenas 4 são do Estado de São Paulo - no ano passado, eram 6. Para ter as médias divulgadas, as unidades precisam ter ao menos dez alunos no Enem e 50% de seus concluintes. O critério deixou escolas tradicionais de fora e algumas unidades já anunciaram que vão recorrer.
É o caso do Objetivo Integrado, de São Paulo, que no ano anterior ficou em 1.º. Segundo o colégio, cinco alunos que não seriam da escola teriam sido registrados no Enem - e outros dois ainda estariam fora da base. A escola afirma que os resultados dos 40 alunos que fizeram a prova a colocam em 1.º no País.
O Objetivo Integrado de Mogi das Cruzes também vai ingressar com recurso, bem como o Santa Maria, da capital paulista. "Esses números são importantes para avaliar e planejar aulas", diz Silvio Freire, diretor de ensino médio do Santa Maria.
O Instituto Dom Barreto, do Piauí, estava em 5.º em 2011 e não apareceu agora. "A divulgação é importante não pelo ranking, mas porque as notas nos permitem melhorar", diz a diretora, Maria Rangel. Em Minas, Estado que lidera o ranking, unidades de colégios tradicionais, como o Santo Agostinho, Santo Antônio, Colégio Loyola, Santa Doroteia e Collegium, também ficaram de fora e prometem entrar com recurso. O Inep informa que é possível ingressar com recurso até 4 de dezembro.
Médias. Considerando todas as escolas, incluindo as que aparecem só em 2012, só quatro unidades da federação têm mais da metade das escolas com notas acima da média nacional: São Paulo, Bahia, Rio e Distrito Federal. No Acre, o pior colocado, 15,1% das unidades tiveram desempenho acima da média. Em 2012, 87% das escolas estaduais estão abaixo da média - no ano anterior, entretanto, esse porcentual era de 92%.
Na capital paulista, as 512 escolas do ranking têm uma diferença de 60% de nota média. As das regiões central e oeste concentram as melhores notas - a zona leste fica em último.
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