18 de novembro de 2013

Festival de Biografias homenageia o cineasta Silvio Tendler


Autor de filmes sobre Juscelino, Jango e Guimarães Rosa, ele apoiou manifesto que será entregue ao STF

17 de novembro de 2013 | 22h 36

Maria Fernanda Rodrigues/Fortaleza - O Estado de S. Paulo
"Vivemos mais uma vez um momento em que enfrentamos a repressão e a censura", disse o cineasta Silvio Tendler, ao ser homenageado na noite deste domingo no 1.º Festival Internacional de Biografias, em Fortaleza. Ele, que tinha acabado de ouvir a leitura da carta dos biógrafos feita por Lira Neto, disse que também queria assiná-la. E que, assim como ele, outros cineastas também se engajariam.
Paulo Linhares, idealizador do FIB, Silvio Tendler e o cineasta Noilton Nunes - Henrique Kardozo/Divulgação
Henrique Kardozo/Divulgação
Paulo Linhares, idealizador do FIB, Silvio Tendler e o cineasta Noilton Nunes
Diretor de filmes sobre Juscelino Kubitschek, Jango, Marighella, Glauber Rocha, Milton Santos e Guimarães Rosa, entre outros personagens, Silvio Tendler teve problemas com os herdeiros de Rosa. Em seu média-metragem Na Rota dos Sertões, que refaz, 60 anos depois, a viagem empreendida pelo diplomata e que se transformaria no clássico Grande Sertão: Veredas, não há sequer uma foto de Rosa. O filme foi exibido em Fortaleza.
"A família proibir a imagem dele num filme de homenagem, que vai ser distribuído em escolas e passado em televisões públicas, é surrealista. Não há justificativa monetária ou de conteúdo. O que vocês acabaram de ver foi a solução que consegui dar, uma solução de denúncia, que junta o Alzheimer cultural a que estão querendo condenar a gente a viver com o Alzheimer econômico e social que é destruir culturas tradicionais das veredas, do sertão, colocando no lugar eucalipto", desabafou.
Após a exibição do breve filme sobre a viagem de Guimarães Rosa, foi passada a cinebiografia do próprio Tendler, A Arte do Renascimento, de Noilton Nunes, que mescla cenas de seus filmes com registros da primeira vez que saiu andando de seu prédio para um passeio pelo bairro de Copacabana, onde vive - desde o final de 2011, Tendler se recupera de um grave problema de saúde que o deixou tetraplégico e quase o matou. "Não tenho vontade de parar enquanto não parar o oxigênio", disse o cineasta que já recuperou parte dos movimentos, no encerramento do festival.

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