11 de abril de 2014

Ministério Público lança campanha para reduzir a violência nas escolas da Bahia

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Tatiana Ribeiro, Tribuna da Bahia
Publicada em 10/04/2014 07:12:43
De acordo com estatísticas do Mapa da Violência realizado em 2013, 39,3% dos homicídios em geral tem como responsáveis jovens que estão na faixa etária escolar, de 15 a 24 anos. Ainda de acordo com o estudo, Simões Filho lidera os índices de violência no Brasil entre os 100 municípios da pesquisa. Para atenuar esta questão, o Ministério Público lançou na manhã de ontem, a campanha “Conte até dez”, que tem como proposta espalhar a cultura de paz nas escolas públicas de algumas cidades da Bahia.
A campanha deverá sensibilizar 200 mil estudantes de 300 unidades de ensino estadual e municipal. Ainda sem data prevista de implantar na prática, a ideia é que seja apresentada ao público-alvo uma cartilha que aborde temas como: Vida e Morte- a valorização da vida; Direitos e Deveres dos Adolescentes- ato infracional, homicídio e tribunal do júri, violência nas escolas e bulling e Enfrentamento da violência nas escolas.
 “Essa proposta nos enobrece. O objetivo é manter uma cultura de reflexão e de humanismo. Este é um modo de trabalhar não convencional na prevenção, educação e orientação. Precisamos reorientar nossas metodologias. Essa experiência revela que é uma forma diferenciada  atenta a um público específico. O Ministério Público abraça esta campanha”, afirmou a procuradora Geral, Márcia Fahel. 
Medidas como essas são boas contribuições para o problema, apesar de que por trás das violências nas escolas existe todo um contexto sociológico como: as drogas, problemas familiares efinanceiros, além da alimentação não adequada. Muitas vezes este problema está dentro da escola, com os próprios educadores que descarregam os problemas pessoais nas salas de aula, assim ressaltou o secretário do Grupo de Educação de Saúde nas Escolas, Silvio Leal. “É preciso também mudar a metodologia que está ultrapassada e inserir aulas práticas. O aluno chega ao colégio com muitos problemas pessoais e se depara com aquela situação monótona, fica enfastiado e vai brigar”, exemplificou Leal. 
Para um educador que não quis se identificar, ameaças, porte de armas, uso de drogas por parte dos alunos e agressões físicas e verbais são problemas que ele convive diariamente. “Os professores têm medo de falar, se expor e sofrer retaliações tanto da parte dos alunos, quanto do próprio governo. O clima de insegurança é crescente o que impede o professor em desenvolver o conteúdo. Muitos têm medo. Eu mesmo já fui ameaçado de morte na sala de aula. Aliado a isto, ainda convivemos com as condições precárias com a falta de estrutura e material didático. É bastante complicado. A escola que deveria ser um local de paz e conhecimentos está se tornando palco de violência”.
As cidades de Simões Filho, Salvador, Camaçari, Candeias, Dias D´Àvila e Lauro de Freitas se configuram entre as 60 do país com maiores índices de violência contra jovens entre 15 a 24 anos, segundo relatório do Mapa da Violência. Simões lidera o ranking nacional com 380 assassinatos de pessoas nesta faixa etária para cada 100 mil habitantes. As demais também apresentam índices assustadores acima de 100 homicídios.

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