BUENOS AIRES — O criador da lendária Mafalda admitiu que trabalhar por tantos anos com o mesmo personagem acabou se tornando cansativo para ele, para logo em seguida refletir que, se a tirinha segue fazendo sucesso meio século depois da estreia é porque o mundo repete sempre os mesmos erros. De bom humor e em muitos momentos irônico, Joaquín Lavado, o Quino, falou sobre sua principal criação na abertura da 40ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires, uma das celebrações literárias mais importantes do mundo hispânico.
“Tenho muito carinho por Mafalda por tudo que ela me deu, mas pelos personagens que apareceram menos sinto o mesmo carinho”, disse o cartunista, que desenho a menina que odiava tomar sopa de 1964 a 1973.
Aos 81 anos, Quino disse que a partir de um certo momento, se tornou difícil fazer a Mafalda. “Desenhar sempre o mesmo personagem é complicado. As páginas de humor que trazem personagens diferentes a cada semana e temas diferentes são mais criativas, mais livres. E a liberdade é muito linda, claro.”
Mafalda teve a honra de ser lida por milhões ao longo de várias gerações na América Latina, além de contar com traduções em países distantes como China e Japão e um carinho especial do público na França e em Portugal. Apesar das diferenças culturais e da passagem do tempo, a personagem permanece, como disse uma vez o escritor argentino Ernesto Sábato, pois “toca temas profundos da alma humana”.
“Concordo, relendo minha própria obra me dou conta que tratei de temas que 40 anos depois seguem atuais. Não consigo entender. O mundo repete sempre os mesmos erros, é incrível”, avalia Quino.
Aposentado, Quino disse que canaliza sua criatividade “perdendo tempo de uma maneira lamentável, vou ao cinema, a concertos”. Depois de Mafalda, ele não voltou a desenhar nenhuma personagem fixo. O cartunistas disse que a Bíblia foi a fonte de muitos dos temas que movem os personagens de suas tiras.
“Lia muito a Bíblia em busca de temas. É um grande livro, não sou crente, nunca li no sentido religioso. Mas acho fascinante. Sodoma e Gomorra, por exemplo, eram pessoas com uma obsessão sexual muito desenvolvida”, ironiza.
A 40ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires terá São Paulo como cidade convidada, com representantes da literatura, música e das tradições paulistas. Cerca de 70 autores de todos os continentes confirmaram presença, entre eles estrelas da literatura como o americano Paul Auster e o sul-africano John Maxwell Coetzee. Haverá também uma mostra dedicada a Julio Cortázar. Em 2014, se completam 100 anos do nascimento do escrito argentino e 30 anos de sua morte.
“Tenho muito carinho por Mafalda por tudo que ela me deu, mas pelos personagens que apareceram menos sinto o mesmo carinho”, disse o cartunista, que desenho a menina que odiava tomar sopa de 1964 a 1973.
Aos 81 anos, Quino disse que a partir de um certo momento, se tornou difícil fazer a Mafalda. “Desenhar sempre o mesmo personagem é complicado. As páginas de humor que trazem personagens diferentes a cada semana e temas diferentes são mais criativas, mais livres. E a liberdade é muito linda, claro.”
Mafalda teve a honra de ser lida por milhões ao longo de várias gerações na América Latina, além de contar com traduções em países distantes como China e Japão e um carinho especial do público na França e em Portugal. Apesar das diferenças culturais e da passagem do tempo, a personagem permanece, como disse uma vez o escritor argentino Ernesto Sábato, pois “toca temas profundos da alma humana”.
“Concordo, relendo minha própria obra me dou conta que tratei de temas que 40 anos depois seguem atuais. Não consigo entender. O mundo repete sempre os mesmos erros, é incrível”, avalia Quino.
Aposentado, Quino disse que canaliza sua criatividade “perdendo tempo de uma maneira lamentável, vou ao cinema, a concertos”. Depois de Mafalda, ele não voltou a desenhar nenhuma personagem fixo. O cartunistas disse que a Bíblia foi a fonte de muitos dos temas que movem os personagens de suas tiras.
“Lia muito a Bíblia em busca de temas. É um grande livro, não sou crente, nunca li no sentido religioso. Mas acho fascinante. Sodoma e Gomorra, por exemplo, eram pessoas com uma obsessão sexual muito desenvolvida”, ironiza.
A 40ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires terá São Paulo como cidade convidada, com representantes da literatura, música e das tradições paulistas. Cerca de 70 autores de todos os continentes confirmaram presença, entre eles estrelas da literatura como o americano Paul Auster e o sul-africano John Maxwell Coetzee. Haverá também uma mostra dedicada a Julio Cortázar. Em 2014, se completam 100 anos do nascimento do escrito argentino e 30 anos de sua morte.