A educação foi reafirmada como instrumento imprescindível para que se efetive a inclusão social de setores historicamente relegados. Essa conclusão foi corrente durante a 4 Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em Brasília entre a quarta e sexta-feira desta semana.
Diversos temas científicos e entraves ao desenvolvimento da ciência no país foram debatidos no fórum, com a manifestação de vários especialistas. Para Luiz Davidovich, físico e secretário-geral do evento, o peso de alavancar o desenvolvimento das pesquisas do país não pode ficar somente restrito à comunidade especializada, se entendida como um segmento minoritário, ainda que de elevado valor qualitativo. Ele revelou que é preciso desde cedo melhorar a educação geral dos brasileiros para que eles também possam descobrir potencialidades próprias, gerando um patrimônio intelectual próprio. A partir do desenvolvimento de uma cultura científica no cotidiano, mais e mais pessoas poderão ter acesso a um mundo inexplorado, contribuindo para colocar o Brasil no elenco das nações com maior número de pesquisas e experimentos inovadores, garantindo os pré-requisitos para o desenvolvimento.
Para que se tenha uma ideia dos gargalos em que ora nos encontramos em relação ao desenvolvimento da ciência, basta lembrar que estamos enfrentando uma grande carência de professores em disciplinas importantes como química, física, matemática e biologia. Em geral, nessas disciplinas, para ingressar em uma faculdade, dado ao desinteresse geral, o candidato pode ingressar com uma nota mínima de 3,0. Já para o curso de Medicina, por exemplo, seu desempenho não poderá ser inferior a 8,3.
Um outro problema paralelo está no fato de que temos no país um apartheid educacional. Pequena parcela da população recebe uma educação de qualidade. Já à grande maioria é destinada uma educação em tudo insuficiente.
A conferência de Brasília reafirmou que educação e ciência devem andar juntas. Para que o país possa se reinventar a tempo de aproveitar as oportunidades que ora se abrem na economia mundial, é preciso remover obstáculos históricos. Investimentos pesados em educação é um deles, formando técnicos capazes de estar à frente dos desafios prévios para se atingir o crescimento econômico.
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