11 de agosto de 2011

Professor sabe menos de computador que o aluno


10 de agosto de 2011
 Jornal da Tarde | Educação | SP



Para especialistas, tecnologia tem de migrar do laboratório para a classe

Em estudo inédito, 64% dos educadores admitem defasagem e desconfiam das informações da web
Os alunos sabem mais que os educadores sobre conteúdos digitais e ferramentas tecnológicas. No País, 64% dos professores admitem a defasagem sobre o uso do computador em relação a suas turmas, segundo dados da primeira edição da pesquisa TIC Educação, realizada pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR(NIC.br).
Divulgado ontem, o estudo pretende identificar o uso dos computadores e da internet nas escolas brasileiras e se o conteúdo aprendido se transforma em conhecimento.
Foram entrevistados 1.541 professores, 4.987 alunos, 497 diretores e 428 coordenadores pedagógicos em 497 instituições de ensino da rede pública municipal e estadual.
Conhecer o computador é um dos desafios para integrar as tecnologias da informação e da comunicação às atividades pedagógicas em sala de aula, de acordo com o estudo. A distância entre o professor e o equipamento pode ser percebida em sua desconfiança com relação ao conteúdo oferecido pela internet -31% deles não confiam nos dados disponíveis na web. Outros 35% creem que os estudantes ficam sobrecarregados de informação e31%pensam que os estudantes perdem o contato com a realidade.
Coordenador de pesquisas do Cetic.br, Juliano Cappi diz que o perfil do professor-que não é nativo digital e sua faixa etária varia de 31 anos a mais de 46-ajuda a explicar porque a tecnologia ainda não é aplicada em sala de aula.
"Mas há uma demanda reprimida, pois os professores compram seus computadores, pagam cursos e até levam seus equipamentos para a sala de aula", aponta.
"A capacitação do professor é fundamental", comenta Jorge Werthein,vice-presidente da Sangari no Brasil e representante do escritório das Nações Unidas para a Educação no Brasil (Unesco) de 1996 até 2005. "O que ele está dizendo (neste estudo) é 'eu não consigo usar esse instrumento porque não fui exposto à essa tecnologia quando criança ou na faculdade'", interpreta Werthein.
Gerente de Educação, Juventude e Cultura da Fundação Telefônica, Milada Gonçalves sugere que o educador deve tratar o estudante como um parceiro nesse processo "e não como alguém que o desafia a aprender mais para ensinar depois"

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