30 de setembro de 2011
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | Ribeirão | BR
Secretária da Educação afirma que foi a mãe quem deu a arma para o menino, que ameaçou colegas e professora
Intenção da mãe, diz a pasta, era proteger o filho de possíveis agressões; menino tem bom comportamento
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
A mãe de um garoto de seis anos de idade foi a responsável por dar ao filho a faca com a qual ele ameaçou colegas e professores na escola municipal Alfeu Luiz Gasparini, em Ribeirão Preto. A afirmação é da secretária da Educação, Débora Vendramini.
Pela versão da pasta, o menino recebeu o objeto da própria mãe para se defender de possíveis agressões.
De acordo com o Conselho Tutelar, o aluno teria ameaçado alunos e uma professora dizendo que mataria todos.
Ele foi levado até a diretoria da escola onde aguardou a chegada da mãe. Segundo Débora, os professores e a diretora disseram ter ficado assustados quando a mulher disse ter ela própria entregue a faca ao filho.
A Folha tentou ouvir a versão da mãe, mas nem o conselho nem a prefeitura informaram dados da família.
No último dia 22, um aluno de dez anos atirou na professora e depois se matou usando o revólver do pai em uma escola em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
A secretária disse que o menino não tem histórico de brigas. "Não consta problema nenhum. Apesar disso a mãe afirmou ter entregado a faca para ele se defender de possíveis agressões."
Segundo o conselho, o menino flagrado com a faca encostou o objeto no pescoço de um garoto da mesma idade e fez ameaças a professores.
"Hoje [ontem] à tarde veio um aluno aqui com a tia e contou que foi ameaçado com a faca na segunda. Ele está com medo de voltar para a escola", disse a conselheira Maria Juraci Alcântara.
O conselho não sabe dizer a quantos dias a criança carregava a faca na mochila.
A mãe e o aluno terão acompanhamento psicológico prestado pela prefeitura a partir da semana que vem.
Por envolver uma criança menor de 12 anos, a investigação fica sob a responsabilidade do Conselho Tutelar.
A mãe do menino irá prestar depoimento na próxima segunda-feira. A Polícia Civil vai acompanhar o caso.
PERFIL
Segundo Débora, o aluno tinha bom comportamento. "Os professores disseram que ele é tranquilo, quieto e que não gosta de bagunça, além de nunca ter se envolvido em problemas na escola."
Para a secretária é importante entender o que acontece no ambiente familiar. "É um caso grave o que aconteceu e isso poderia ter terminado em tragédia. Temos que trabalhar para que situações como essa não voltem a acontecer", afirmou.
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