Portal Sergipe hoje, Setembro 30,2011
Foi realizado na tarde desta quinta-feira – 29/09/2011, o Seminário sobre Valorização do Servidor de Segurança Pública, tendo como presenças representantes das Polícias Civil e Militar, Deputados Estaduais e Federais, inclusive presidindo a mesa o Deputado Federal Mendonça Prado, o qual deu início ao Seminário, convocando para palestrar o Sociólogo e Diretor de Pesquisa do Instituto Sangari, Júlio Jacobo, o qual apresentou o Mapa da Violência: Os Jovens Brasileiros.
Aspectos Gerais
Durante a pesquisa foram analisadas as Categorias: Homicídios; Acidentes de Transporte; Suicídios de acordo com a evolução da Unidade Federativa do Brasil, período correspondido de 1988 a 2008.
Em relação aos casos de homicídios compreendidos no período de 1998 até 2010. No Brasil os casos de homicídios subiram de 41.950 para 50.113 o que corresponde um acréscimo de 19%; já no Estado de Sergipe subiu de 176 para 689, o que corresponde a um acréscimo de 291,5%. De acordo com o sociólogo Júlio Jacobo, é um crescimento considerado bizarro para a proporção do Estado de Sergipe.
Processo de Desconcentração
Por volta da década de 90 inicia-se um processo de desconcentração da violência homicida pelo deslocamento de seus pólos dinâmicos, devido a Interiorização, que é a mudança dos pólos para o interior do Estado e a Disseminação que foi a mudança da violência para outros Estados, devido alguns fatores determinantes, um deles foi a desconcentração do desenvolvimento econômico, ou seja, a consolidação de novos pólos.
Dados da violência pelo Brasil
Em 1998, o Estado de Pernambuco registrava um índice altíssimo de homicídios, possuindo uma taxa de 58,9 homicídios em 100 mil habitantes, logo em seguida vinham os Estados do Espírito Santo com uma taxa de 58,4 e em terceiro o Rio de Janeiro com uma taxa de 55,3. Porém em 2008 novos dados foram lançados, dessa vez ocupando o primeiro lugar veio o Estado de Alagoas apresentando um índice de 60,2 de homicídios, sendo que em 1998 este ocupou o 11°lugar com uma taxa de 21,8, em seguida aparecem os Estados do Espírito Santo com 56,4 seguido de Pernambuco com uma taxa de 50,7.
Além de Alagoas que teve um aumento acelerado na taxa de homicídios, outros Estados também apresentaram esse aumento, como: Paraná, Pará e Bahia que em 1998 apresentavam índices relativamente baixos, já em 2008 passam a ocupar lugares de maior destaque, diferente do que ocorre com o Estado de São Paulo que em 1998 apresentava uma taxa de 39,7 homicídios que ocupava a 5° posição nacional, já em 2008, dez anos depois, suas taxas caem para 14,9 homicídios em 100mil habitantes, passando a ocupar uma das últimas posições, a 25°.
− População de 15 a 24 anos:
Em 1998 o Estado de Pernambuco ocupava o 1° lugar com uma taxa de 115,7 homicídios em 100 mil habitantes, em segundo aparecia o Rio de Janeiro com 110,7, já em terceiro vinha o Espírito Santo com 102,2, na última posição em 27° estava o Maranhão, com uma taxa de 6,6. Diferente do que ocorreu com os dados lançados em 2008, que em 1° lugar apareceu o Estado de Alagoas com uma taxa de 125,3 homicídios, em segundo apareceu o Estado do Espírito Santo com uma taxa de 120,0 já em terceiro apareceu Pernambuco com uma queda na taxa para 106,1. Dessa vez o último colocado foi o Estado de Roraima, com uma taxa de 18,1.
− Sergipe:
Em Sergipe pode-se notar que a violência cresceu de maneira “bizarra. Em 1998 apresentava uma taxa de 10,4 homicídios em 100mil habitantes, sendo assim ocupando a 21° colocação, já em 2008 passou a registrar uma taxa de 28,7 dessa maneira passou a ocupar o 14° lugar.
Em relação aos homicídios ocorridos entre os jovens (15 a 24 anos de idade), em 1998 Sergipe possuía uma taxa de 14,9 ocupando o 23° lugar, já em 2008 passou a registrar 47,2 sendo assim passou a ocupar o 13° lugar.
Sendo que os cinco municípios mais violentos do Estado são: Barra dos Coqueiros; Itabaiana; Própria; A Capital Aracaju e Laranjeiras.
Novas Configurações da Violência
− Estados com baixos índices: Educação; Saúde – Sistemas públicos fracos;
−Pólos de crescimento econômico: É o que ocorre em municípios de Pernambuco;
− Municípios de Zona de Fronteira: O contrabando – Organizações internacionais;
− Municípios de turismo predatório: É o que ocorre na Ilha de Maracá em Pernambuco;
− Arco do desmatamento amazônico: É o que ocorre em Marabá;
− Áreas de pistolagem e/ou caciquismo tradicional: Política que se faz na pistolagem; É o que ocorre em Alagoas.
Conclusão
Concluímos que o problema da violência não está voltado apenas para a questão da falta de segurança pública, também está relacionado à questão da ineficácia em outros serviços, como a educação, que ocasiona uma qualificação melhor para a pessoa, resultando em empregos melhores. Porém enquanto o Estado não procura melhorar essa situação, cabe a cada um de nós fazer o melhor para não fazer parte desses dados alarmantes em certos Estados da Unidade Federativa.
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