Nota média no Enem de estudantes de escolas públicas foi 95,56 pontos menor do que da rede privada
Plantão | Publicada em 23/09/2011 às 16h46m
Demétrio Weber (demetrio@bsb.oglobo.com.br )BRASÍLIA - A nota média dos concluintes do ensino médio de escolas públicas no país, no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2010), foi 95,56 pontos menor do que a média dos estudantes da rede privada. Os resultados, que dizem respeito apenas às provas objetivas, foram anunciados nesta sexta-feira pelo Ministério da Educação (MEC).
Na rede pública, a nota média foi de 490,28, ante 585,84 na rede privada. A escala vai até 1.000. Há duas semanas, o MEC já havia divulgado a nota média conjunta das redes públicas e privadas, que ficou em 511,21 pontos.
Na comparação com o Enem de 2009, a nota média dos concluintes em escolas públicas subiu 11 pontos; nas escolas privadas, o aumento foi de 6 pontos. Do total de concluintes que fizeram o exame em 2010, 221 mil eram de escolas privadas - o equivalente a 22% do total -, enquanto 790 mil eram alunos de escolas públicas.
O MEC divulgou também a nota média dos 221 mil alunos de escolas públicas com melhores resultados: 578,21, apenas sete pontos menor do que a nota média dos concluintes da rede privada. O objetivo do ministério foi mostrar que, no universo da rede pública, há estudantes com pontuação mais alta.
Esse recorte faz crescer o peso das escolas técnicas federais, dos colégios de aplicação e militares no resultado final, uma vez que exclui a maioria dos estudantes da rede pública que fizeram o Enem. Essa fatia de escolas federais e de aplicação difere do restante da rede pública, porque seleciona seus estudantes por meio dos chamados vestibulinhos, garantindo assim o atendimento somente dos melhores alunos.
Em entrevista à Agência Brasil, o ministro Fernando Haddad destacou o bom desempenho dessa parcela de alunos da rede pública. Ele lembrou que a nota do Enem abre portas nas universidades federais, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu):
- Isso é importante para sabermos se temos um exército na rede pública em condições competitivas - disse Haddad à Agência Brasil.
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