25 de setembro de 2011

Educação para o trânsito


25 de setembro de 2011
Educação e Ciências | Correio Braziliense | Especial | BR
 Ensinamentos para a vida

Dênio Simões/Esp. CB/D.A. Press


A educação, e isso está cada vez mais claro, é essencial para formação de pessoas mais conscientes de seu papel no mundo. Porém, outros aspectos também devem ser levados em conta para garantir que o convívio nas rodovias, ruas e estradas seja mais harmônico e saudável. Para a pedagoga Êrica Elisa Nickel, mestre em educação e ex-diretora de ensino de um centro de formação de condutores, a engenharia e a legislação também devem estar entre as preocupações do Estado quando o tema é segurança e trânsito.
"A engenharia é importante para a estruturação, organização e o controle do trânsito. Um ambiente bem normatizado motiva o comportamento adequado no trânsito e gera segurança. Na questão da legislação, não bastam leis inovadoras sem a fiscalização sistemática e constante. Sem isso, pode haver uma sensação de impunidade", afirma.
A educação para o trânsito, entretanto, pode ser considerada o elemento mais significativo desse tripé. E, segundo Êrica, deve ser voltado a todos os tipos de público: de crianças a idosos, já que todos participam ativamente do dia a dia das cidades, estradas e rodovias em diferentes papéis, seja como pedestre, passageiro, motorista ou ciclista. "A longo prazo, uma cultura de violência pode se transformar numa cultura de segurança." Êrica, que atua há 14 anos como pedagoga na área, diz que ainda falta muito para que todos os adultos - e não apenas os que dirigem - tenham uma formação que priorize o trânsito. Ela aposta em uma agenda de eventos que aborde o comportamento preventivo e que seja promovida por diferentes organizações.
"Todos precisam assumir a responsabilidade: as Cipas (comissões de prevenção de acidentes nas empresas), as associações de bairro e de pais e mestres, os grêmios estudantis, os centros acadêmicos, as entidades profissionais de diversas áreas, os sindicatos, as ONGs, os partidos políticos, a mídia, as fundações e muitos outros. Não se deve esperar que só os órgãos de trânsito atuem nisso", destaca.
É também pela educação que o governo brasileiro pretende alcançar a meta, proposta pela ONU, de diminuir em 50% o número de acidentes e de mortes no trânsito em todo o mundo nos próximos dez anos. "É preciso que a comunidade reflita sobre sua atuação no mundo. Esse é o papel das campanhas educativas", reforça Maria Cristina, do Denatran. Com o conceito "O trânsito só muda quando a gente muda", o órgão desenvolve a campanha Pare, pense, mude. O objetivo é conscientizar os brasileiros para o fato de que mudanças de atitude podem fazer do trânsito um espaço de convivência mais pacífico e seguro.
Pesquisa do Ministério das Cidades indica que as pessoas procuram culpar os outros por tais distorções. Segundo o estudo, três em cada quatro brasileiros se enxergam como solução e não como problema no trânsito.
A Semana Nacional de Trânsito também teve como foco a meta proposta pelas Nações Unidas. O tema deste ano é Década mundial de ações para a segurança do trânsito - 2011/2020: Juntos podemos salvar milhões de vidas.
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Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a educação para o trânsito deve ser inserida não só na pré-escola e nos colégios de ensino fundamental, mas também no ensino médio e nas universidades onde atingiria o público jovem, que mais se envolve e morre em acidentes

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