30 de setembro de 2011

Acidentes de moto matam e ferem mais em 2011 em Curitiba



Número de feridos de janeiro a maio deste ano teve aumento de 10,7% em relação ao mesmo período de 2010

O número de feridos em acidentes com motocicletas aumentou 10,7% em Curitiba entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto nos quatro primeiros meses de 2010 as motos fizeram 1.025 vítimas com ferimentos, em 2011 essa contagem chegou a 1.135 feridos até o último dia de maio data do levantamento mais recente divulgado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito de Curitiba (BPTran). No mesmo período em 2010, 13 motociclistas perderam a vida no trânsito, ante 17 mortes registradas neste ano. Essa estatística leva em conta apenas os óbitos registrados no local do acidente.
O dado mostra que a adoção desse tipo de transporte se tornou um problema de saúde. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sangari divulgada em abril revela que o número de mortes provocadas por acidentes de moto aumentou 754% entre 1998 e 2008. A conclusão do estudo é de que o motivo da mortandade vai além do aumento da frota: pilotar uma motocicleta tornou-se uma tarefa mais arriscada.
É uma epidemia que acomete principalmente os mais jovens. Os dados do BPTran mostram que 28% das vítimas têm 18 ou 19 anos. O Instituto Sangari também identifica a faixa etária entre 15 e 24 anos como a mais suscetível aos acidentes com moto. O custo baixo da motocicleta é um fator que contribui para esse cenário , identifica o tenente-coronel Loemir Mattos, comandante do BPTran de Curitiba. Então a falta de experiência do jovem motorista, aliada à impetuosidade e abuso de velocidade, aumenta em muito o risco , ressalta.
Para tentar reverter essa tendência, o BPTran estabeleceu parcerias com as revendedoras de motocicletas para que, no momento da compra, o cliente receba orientações sobre direção segura. A educação é um processo demorado, e muitos imaginam que é mais fácil desrespeitar as regras a obedecê-las. Porém, além da multa ou punição do agente de trânsito, existem as leis da Física que punem de imediato , enfatiza. Segundo Mattos, a parceria com o BPTran também prevê que as concessionárias passarão a oferecer manutenção básica das motocicletas a preços mais baixos, para prevenir acidentes por falhas técnicas.
O médico Luiz Carlos Sobania, diretor clínico do Hospital XV de Fraturas, lembra que as características do veículo contribuem para uma ocorrência maior de ferimentos sérios. A moto foi desenhada para uma pessoa, apenas. Mas no Brasil temos até mototáxi. Em caso de risco, cada ocupante reage de uma maneira diferente, agravando a queda e o acidente , cita.
Ele lembra que o uso dos equipamentos de segurança é fundamental para reduzir a probabilidade de um acidente grave. O uso do capacete reduz a possibilidade de traumas no crânio e cegueira , diz. Hoje vemos mais lesionados dando entrada no hospital, o que é uma boa notícia. Antes, o número de mortos no local era maior , diz.

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