Assassinatos crescem quase 1.000% no interior do Amapá |
Enquanto Macapá é a 36ª cidade mais violenta do planeta, Porto Grande, Laranjal do Jari e Santana já ostentam taxas de homicídios superiores à média nacional, de 26,2 por 100 mil habitantes.
Em três décadas, a taxa de assassinatos no interior do Amapá cresceu 950%. Passou de 2,4 homicídios por 100 mil habitantes, em 1980, para 25,2 em 2010. Além da capital, Macapá, considerada a 36ª cidade mais violenta do planeta, pelo menos outros três municípios do estado já ostentam taxas de homicídios superiores à da média nacional, de 26,2 por 100 mil habitantes: Porto Grande, Laranjal do Jari e Santana.
Os dados são do estudo "Mapa da Violência 2012 - Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil", coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari, de São Paulo. O estudo mostra que em 2010 o Amapá foi o 5º estado mais violento do país, com uma taxa de assassinatos de 38,7 por 100 mil habitantes. De acordo com a pesquisa, a epidemia da violência consolidou-se não apenas na capital, que concentra 60% da população. Mas alastrou-se por Santana, com cerca de 100 mil habitantes, e chegou a pequenos municípios onde há dez anos não havia registro de nenhum homicídio. Santana, a segunda maior cidade do estado, com 101.262 habitantes, já era violenta com os 21 assassinatos de 2000 e registrou 30 mortes em 2010 - a taxa de homicídios, que era de 26,1 em 2000, pulou para 29,6 em 2010. A epidemia da violência também chegou a Laranjal do Jari, com população 39.942 pessoas, que não havia registrado nenhum homicídio em 2000. Mas os 14 assassinatos ocorridos em 2010 elevaram a taxa para 35,1. O mesmo fenômeno ocorreu em Porto Grande, com 16.809 habitantes, onde o número de homicídios saltou de zero, em 2000, para sete em 2010. Com isso, a taxa chegou a 41,6 assassinatos por 100 mil habitantes, atrás apenas da capital, Macapá, que registrou 195 homicídios em 2010 contra 131 em 2000, com uma taxa de 49,0. No Brasil - nos últimos 30 anos, a violência praticamente dizimou uma cidade inteira de grande porte. Cerca de 1,1 milhão de pessoas foram vítimas de homicídio. A média das últimas três décadas é de quatro brasileiros assassinados por hora. Só em 2010, foram mortas 50 mil pessoas, numa contabilidade mórbida de 137 assassinatos por dia. "Para se ter uma ideia da tragédia, só 13 cidades brasileiras têm população que ultrapassa 1 milhão. Se matou no Brasil muito mais gente do que em países onde há conflito armado", disse Júlio Waiselfisz, responsável pelo Mapa da Violência 2012. Pequenas cidades subvertem lógica da morte O dado mais preocupante do Mapa da Violência 2012 revela que em 2000 o Amapá tinha apenas cinco de seus 16 municípios com registros de homicídios: Macapá, Santana, Oiapoque, Mazagão e Serra do Navio. Em 2010, a situação se inverteu e somente cinco municípios não registraram nenhum homicídio: Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Pracuúba, Itaubal e Vitória do Jari. De acordo com as tabelas do Instituto Sangari, além de Macapá, Porto Grande, Laranjal do Jari e Santana, pelo menos outros seis municípios do Amapá saíram do índice zero e já apresentam dois dígitos em suas taxas de assassinatos: Calçoene (22,2); Cutias do Araguari (21,3); Oiapoque (19,5); Mazagão (17,6); Ferreira Gomes (17,2); e Amapá (12,4). Tartarugalzinho aparece na lanterna do rangking, com taxa de 8,0 de homicídios por grupo de 100 mil habitantes. |
Os dados publicados só confirmam a necessidade da implantação do PROERD nesses munucípios com objetivo de minimizar essa tão triste estátistica de criminalidade, que concerteza está associado com as drogas.
ResponderExcluir