19 de agosto de 2011

Qualificação profissional


19 de agosto de 2011
Educação no Brasil | Jornal do Commercio RJ 

ARNALDO NISKIER DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E PRESIDENTE DO CIEE\/RIO
Outro dia, numa aula de História da Educação, o aluno fez ironia com seu professor: "Mestre, é verdade que hoje quem não se qualifica se trumbica?" O riso foi geral. A lembrança do famoso pensamento de Chacrinha pareceu oportuna, quando se discutia em classe a importância da profissionalização, que passou a ser uma das prioridades da educação nacional.
Ao falar na Confederação Nacional do Comércio, o estudioso Gilberto Paim analisou "Os desafios do comércio com a China". Concluiu que estamos num processo de defasagem, pois os chineses avançam de forma constante, lastreados em ações internacionais ousadas e, principalmente, num quadro de recursos humanos dinâmico e atualizado.
Não é à toa que milhares de chineses, anualmente, deixam o país para se formar em nações desenvolvidas, recolhendo o que de melhor existe em conhecimento científico, tecnológico e inovação.
É certo que o Brasil acordou para essa realidade, com as medidas que estão sendo tomadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, para facilitar o aperfeiçoamento de 75 mil jovens brasileiros em centros mais avançados.
É o programa "Ciência sem fronteiras".
Isso já deveria ter sido feito há muito mais tempo.
O crescimento do nosso mercado de trabalho é progressivo. Em 2010, por exemplo, foram criados 2,5 milhões de empregos formais, o que representa uma elevação de 7,7% em relação ao ano anterior.
Mesmo que em 2011 haja uma pequena redução, é preciso realizar um grande esforço, nos vários setores da economia, para garantir a sustentabilidade do nosso desenvolvimento.
Estamos vivendo a hora e a vez da qualificação profissional, o que levou a presidente Dilma Roussef a criar o Pronatec, de perspectivas bastante animadoras.
Vamos analisar o caso da construção civil, setor que registra um boom admirável, especialmente nos grandes centros urbanos do país. O problema não é o baixo salário, mas sim a falta de mão de obra qualificada, para que a velocidade da expansão não sofra solução de continuidade.
No ano passado, foram criadas mais de 1,6 milhão vagas e o problema foi sentido.
Começa a existir uma grande mobilização para sanar essa d e f i c i ê n c i a .
Além do MEC (ouvimos pessoalmente essa preocupação do ministro Fernando Haddad), entidades privadas e escolas profissionais fazem parte desse mutirão, aqui se inserindo o Senai e o Sesi (setor secundário), o Senac e o Sesc (setor terciário) e uma agradável surpresa, de grande relevo, que é a participação do Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE), entidade filantrópica, que já treinou mais de 11 milhões de jovens brasileiros, nos seus 47 anos de providencial existência.
Estamos num processo de defasagem, pois os chineses avançam de forma constante, lastreados em ações internacionais ousadas e, principalmente, num quadro de recursos humanos dinâmico e atualizado

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