Escolas de MG entre as melhores :Enem 2010

13 de setembro de 2011 Educação no Brasil | O Tempo | Cidade | MG As escolas de Minas continuam a ocupar lugar de destaque no desempenho obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os resultados da edição 2010 divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC) demonstram uma melhora no ranking. Das dez instituições brasileiras melhor avaliadas, quatro são mineiras - o dobro da edição 2009. O Coleguium, da capital, deu um salto considerável, ao pular do 98º lugar para a décima melhor nota do país em 2010. A escola pública melhor colocada no ranking nacional também é mineira. Apesar de ter diminuído sua nota - passou de 734,66 para 726,42 -, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (Coluni/UFV) manteve a 8ª posição. O diretor Hélio Paulo Pereira Filho frisa que não trabalha em função do ranking, mas ressalta o que pode servir de fórmula para o bom desempenho. "A qualificação dos nossos professores é muito grande. A maioria tem pós-graduação e dedicação exclusiva". Na mensalidade que ultrapassa R$ 1.000 pode estar o segredo do Colégio Bernoulli, primeiro colocado no ranking mineiro e quarto melhor do Brasil. Carga horária estendida, exames simulados constantes e professores reservas são características citadas pelo diretor de ensino Rommel Fernandes para justificar a trajetória de sucesso da instituição, criada há apenas oito anos. "É como se carregássemos um tijolinho a cada dia, para que, no fim do ano, a soma desse esforço recompense", disse Fernandes. As melhores entidades de Minas também demonstram desempenho acima da média brasileira no rendimento das provas objetivas. Enquanto a média nacional aumentou 1,91%, no Colégio Santo Antônio, região da Savassi, a elevação no rendimento foi de 2,31%, subindo a nota de 722,93 para 740,06. É a primeira vez que a comparação é viável, porque os testes foram calibrados de forma a terem o mesmo grau de dificuldade. O Santo Antônio ficou em 5º no ranking nacional, 12 posições acima que a de 2009. No ranking mineiro, o Colégio Militar foi a única instituição pública de Belo Horizonte a figurar entre as melhores - 6º lugar, com média de 715,8 pontos. CRÍTICA. Os dados divulgados ontem pelo MEC demonstram uma melhora média no desempenho no Enem de 9,63 pontos - de 501,58 para 511,21 na prova objetiva. A meta do governo, no entanto, é que só em 2028 essa média chegue a 600 para um total de mil pontos distribuídos. Ainda assim, estará bem abaixo das melhores colocadas no ranking de 2010. Para o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o aumento da nota não é mérito do MEC. "A União, como um todo, poderia fazer mais pela educação básica", afirma. (Com agências) Na Escola Estadual Zé de Calu, no Vale do Mucuri, não há quadra para atividades físicas e a internet não funciona. Às vezes faltam professores e, ali, é comum aluno deixar de ir à aula para ajudar os pais na colheita de café. Pelos números divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), a escola, que abriga 310 estudantes, ficou com o pior lugar no ranking mineiro entre as instituições que tiveram índice de participação no Enem com pelo menos 75% dos alunos. Enquanto a média nacional dessa faixa de escola foi de 557,89 pontos, na Zé de Calu, situada no distrito de Santa Rita do Araçuaí, com cerca de 1.000 habitantes, a nota média não passou de 472,72 pontos. Ontem, a notícia foi recebida com espanto pela direção da escola. "Acho que não condiz com a nossa realidade", disse a vice-diretora Daiana Cordeiro. Ela assumiu, porém, que os alunos não estavam tão interessados no Enem no ano passado. "Estávamos apenas com um professor de português e que não era habilitado", disse. (RRo)