6 de setembro de 2011

Piñera cogita subir imposto para financiar educação no Chile


06 de setembro de 2011
Educação no Brasil | Valor Econômico | Internacional | BR

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, admitiu que está cogitando a possibilidade de elevar impostos para financiar um aumento nos gastos do Estado com a educação, em meio a uma onda de protestos estudantis que está minando a sua popularidade.
"Estamos olhando para o sistema tributário", disse Piñera no último domingo, em entrevista à rede Chilevisión. "É uma questão que em análise. Não está decidido."
O presidente respondeu aos protestos, que ocorrem desde junho, propondo um gasto extra de US$ 4 bilhões nos próximos seis anos em crédito estudantil e bolsas de estudo. Essa quantia, de acordo com o ministro das Finanças, Felipe Larrain, não demandaria uma alta de impostos. Mas sindicatos de professores e líderes dos estudantes dizem que a medida é insuficiente e pedem um papel maior do Estado no setor.
Os estudantes querem, entre outras medidas, o ensino gratuito (no Chile, mesmo as escolas públicas são pagas) e que a educação básica passe das mãos dos municípios para o governo central.
Um estudo divulgado na última sexta-feira pela Universidade do Chile calculou que as reformas pedidas pelos estudantes custariam entre 1,4% e 2,2% do PIB do país (de US$ 203,3 bilhões)
Piñera mudou o sistema de royalties das mineradoras do Chile - maior produtor mundial de cobre - e impôs uma alta temporária de impostos para ajudar na reconstrução de áreas devastadas pelo terremoto de março de 2010. Muitos apostam que, para custear as reformas na educação, as taxas seriam mantidas ou ampliadas.
Os protestos estudantis fizeram despencar a popularidade de Piñera. Uma pesquisa telefônica divulgada ontem pela empresa Adimark colocou sua aprovação em 27%. Outros levantamentos já haviam apontado um índice de 26%, o que faz de Piñera o presidente mais impopular desde a redemocratização do país, em 1990.

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