formações sempre insuficientes
A coordenadora de Cultura da Unesco no Brasil, Jurema Machado, conta que, desde 2001, a entidade pede relatórios quase anuais ao governo brasileiro sobre a preservação do patrimônio de Brasília. "Isso (solicitar relatórios) não é uma coisa rotineira. Se todos os anos são feitos novos pedidos de explicação é porque as coisas estão evoluindo muito lentamente ou porque nada está sendo feito. É um sinal de que a gestão cotidiana não está respondendo ao desafio de manter a cidade como patrimônio mundial", afirma Jurema.Ela conta que a Unesco decidiu enviar uma nova missão a Brasília porque as informações prestadas pelo governo brasileiro com relação às medidas de proteção do Plano Piloto são sempre insuficientes. "Houve a sugestão de uma nova visita e ela foi acatada, mas ainda não há data", diz. Jurema Machado afirma ainda que as pequenas agressões ao projeto de Lucio Costa, mesmo que isoladas, podem ter um efeito extremamente negativo sobre o conjunto tombado. "Mínimos desrespeitos geram novos desrespeitos. É importante que os órgãos de controle tenham isso em mente, já que esses pequenos avanços sobre o plano são uma coisa exponencial", acrescenta Jurema.
Núcleo dinâmico
A representante da Unesco critica a fiscalização no Plano Piloto, mas diz que a curto prazo não há riscos de Brasília perder o título. "Por ora, a cidade está muito próxima das descrições do relatório do Plano Piloto. Mas é preciso aumentar as medidas de controle e de fiscalização", alerta Jurema. Para ela, o controle das construções na orla do lago e, principalmente, as melhorias no transporte público deveriam ser prioridade. "Brasília é um núcleo urbano dinâmico, em processo de transformação e de consolidação, mas nem por isso as questões de preservação devem ser proteladas."
O relatório de 2001 recomendava que o governo criasse uma zona de amortecimento da área tombada para que não houvesse espigões nos limites do Plano Piloto. O projeto até agora não saiu do papel e, com isso, arranha-céus se multiplicam a poucos metros da região protegida pela Unesco, como ocorre às margens da Epia. A criação dessa zona de amortecimento é uma das bandeiras da arquiteta Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lucio Costa. Ela enviou até carta ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e àUnesco para propor a criação dessa área, que pela proposta de Maria Elisa teria como limites a Bacia do Paranoá. "A tendência natural é a crescente aproximação, até o limite da área protegida, de implantações urbanas, certamente mais densas, estimuladas pela especulação imobiliária, que terminariam por envolvê-la com edifícios de gabarito alto, isolando Brasília do seu horizonte", justificou a filha de Lucio Costa.
Em entrevista ao Correio, Maria Elisa disse acreditar na manutenção do projeto original de Brasília. "O que segura o Plano Piloto é a força do projeto original. Apesar das agressões aqui e ali, que todos conhecem, por enquanto a identidade de Brasília se mantém", afirma. "O que mais me constrange é o pouco caso com que a cidade vem sendo tratada nos últimos tempos. Sinto falta de cuidado, de capricho e de interesse na conservação cotidiana do Plano Piloto", conta. Para ela, os maiores interessados na suspensão do tombamento são os representantes do setor imobiliário e da construção civil. "É evidente que a especulação imobiliária ficaria encantada com o fim do tombamento. "Diante da voracidade tradicional das empreiteiras, acho prudente que se defina formalmente, desde logo, a delimitação do entorno do bem tombado", finaliza.
Núcleo dinâmico
A representante da Unesco critica a fiscalização no Plano Piloto, mas diz que a curto prazo não há riscos de Brasília perder o título. "Por ora, a cidade está muito próxima das descrições do relatório do Plano Piloto. Mas é preciso aumentar as medidas de controle e de fiscalização", alerta Jurema. Para ela, o controle das construções na orla do lago e, principalmente, as melhorias no transporte público deveriam ser prioridade. "Brasília é um núcleo urbano dinâmico, em processo de transformação e de consolidação, mas nem por isso as questões de preservação devem ser proteladas."
O relatório de 2001 recomendava que o governo criasse uma zona de amortecimento da área tombada para que não houvesse espigões nos limites do Plano Piloto. O projeto até agora não saiu do papel e, com isso, arranha-céus se multiplicam a poucos metros da região protegida pela Unesco, como ocorre às margens da Epia. A criação dessa zona de amortecimento é uma das bandeiras da arquiteta Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lucio Costa. Ela enviou até carta ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e àUnesco para propor a criação dessa área, que pela proposta de Maria Elisa teria como limites a Bacia do Paranoá. "A tendência natural é a crescente aproximação, até o limite da área protegida, de implantações urbanas, certamente mais densas, estimuladas pela especulação imobiliária, que terminariam por envolvê-la com edifícios de gabarito alto, isolando Brasília do seu horizonte", justificou a filha de Lucio Costa.
Em entrevista ao Correio, Maria Elisa disse acreditar na manutenção do projeto original de Brasília. "O que segura o Plano Piloto é a força do projeto original. Apesar das agressões aqui e ali, que todos conhecem, por enquanto a identidade de Brasília se mantém", afirma. "O que mais me constrange é o pouco caso com que a cidade vem sendo tratada nos últimos tempos. Sinto falta de cuidado, de capricho e de interesse na conservação cotidiana do Plano Piloto", conta. Para ela, os maiores interessados na suspensão do tombamento são os representantes do setor imobiliário e da construção civil. "É evidente que a especulação imobiliária ficaria encantada com o fim do tombamento. "Diante da voracidade tradicional das empreiteiras, acho prudente que se defina formalmente, desde logo, a delimitação do entorno do bem tombado", finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário