Nos perguntamos quais serão alguns dos dilemas que vão moldar o mundo nos próximos cem anos
ULTIMAMENTE, o futuro tem sido asfixiado pelas emergências.
A ansiedade suscitada pela crise econômica europeia, as batalhas políticas nos EUA, as convulsões sociais em muitos países e a possível desaceleração do crescimento da China são apenas algumas das fontes de incerteza sobre o futuro imediato que não nos deixam pensar para mais adiante que as próximas semanas ou meses. Isso é natural, inevitável e muito humano.
O "think-tank" no qual trabalho, o Carnegie Endowment for International Peace, acaba de completar cem anos. Animados pelo centenário, nos perguntamos quais serão alguns dos dilemas que vão moldar o mundo nos próximos cem anos.
É o tipo de exercício mental que pode parecer banal. As respostas têm poucas probabilidades de serem corretas. Ademais, quando se souberem as respostas nós já não estaremos aqui para confirmá-las -ou viver com as consequências.
Para que nos fazermos essas perguntas, então? Porque são perguntas que estimulam reflexões interessantes e sintetizam nossas opções em vários âmbitos críticos.
O simples fato de refletir sobre possíveis respostas e sobre os fatores que é preciso levar em conta para chegar a essas respostas nos proporciona uma visão do mundo que nos ajuda a fundamentar melhor nossas opiniões sobre as decisões mais importantes a tomar agora.
São perguntas sobre as quais vale a pena conversar e sobre as quais nós, como humanidade, deveríamos estar lendo e discutindo tanto quanto ou mais do que lemos e falamos sobre a crise grega ou a vida sexual de Silvio Berlusconi.
As perguntas são as sete que seguem e não estão em ordem de importância. Além disso, várias delas estão obviamente interligadas.
1) Qual será o modelo de governo que vai prevalecer: democracias à moda europeia ou americana ou regimes autoritários mais parecidos com o regime chinês de hoje?
2) Quantos países terão armas nucleares em 2100? Nenhum? 25? Esse é o número de países que, segundo especialistas, poderão ter bombas atômicas nas próximas décadas, se decidirem desenvolver agressivamente um programa com esse objetivo -e se o resto do mundo permitir que o façam.
3) Conseguiremos limitar o aumento de temperatura em 3ºC ou ela terá subido até 8ºC ou mais?
4) A expansão acelerada da classe média nos países mais pobres e mais populosos do mundo que começou nesta década vai continuar, ou as tendências dominantes serão a pobreza, a desigualdade econômica e a exclusão?
5) A internet e o ciberespaço vão se desenvolver como forças benignas, ou serão fonte constante de desestabilização e novas ameaças?
6) O islã vai continuar a ser fonte de atritos e conflitos, ou se renovará, transformando-se em uma força de apoio à paz e de estímulo ao desenvolvimento?
7) Uma das características do século 20 foi a criação de um grande número de novos países. Os Estados falidos e o desaparecimento de países serão uma característica do 21?
Não é uma lista completa. Cada qual terá sua própria. Mas essas perguntas deveriam constar de qualquer lista e servem para iniciar uma discussão indispensável.
ULTIMAMENTE, o futuro tem sido asfixiado pelas emergências.
A ansiedade suscitada pela crise econômica europeia, as batalhas políticas nos EUA, as convulsões sociais em muitos países e a possível desaceleração do crescimento da China são apenas algumas das fontes de incerteza sobre o futuro imediato que não nos deixam pensar para mais adiante que as próximas semanas ou meses. Isso é natural, inevitável e muito humano.
O "think-tank" no qual trabalho, o Carnegie Endowment for International Peace, acaba de completar cem anos. Animados pelo centenário, nos perguntamos quais serão alguns dos dilemas que vão moldar o mundo nos próximos cem anos.
É o tipo de exercício mental que pode parecer banal. As respostas têm poucas probabilidades de serem corretas. Ademais, quando se souberem as respostas nós já não estaremos aqui para confirmá-las -ou viver com as consequências.
Para que nos fazermos essas perguntas, então? Porque são perguntas que estimulam reflexões interessantes e sintetizam nossas opções em vários âmbitos críticos.
O simples fato de refletir sobre possíveis respostas e sobre os fatores que é preciso levar em conta para chegar a essas respostas nos proporciona uma visão do mundo que nos ajuda a fundamentar melhor nossas opiniões sobre as decisões mais importantes a tomar agora.
São perguntas sobre as quais vale a pena conversar e sobre as quais nós, como humanidade, deveríamos estar lendo e discutindo tanto quanto ou mais do que lemos e falamos sobre a crise grega ou a vida sexual de Silvio Berlusconi.
As perguntas são as sete que seguem e não estão em ordem de importância. Além disso, várias delas estão obviamente interligadas.
1) Qual será o modelo de governo que vai prevalecer: democracias à moda europeia ou americana ou regimes autoritários mais parecidos com o regime chinês de hoje?
2) Quantos países terão armas nucleares em 2100? Nenhum? 25? Esse é o número de países que, segundo especialistas, poderão ter bombas atômicas nas próximas décadas, se decidirem desenvolver agressivamente um programa com esse objetivo -e se o resto do mundo permitir que o façam.
3) Conseguiremos limitar o aumento de temperatura em 3ºC ou ela terá subido até 8ºC ou mais?
4) A expansão acelerada da classe média nos países mais pobres e mais populosos do mundo que começou nesta década vai continuar, ou as tendências dominantes serão a pobreza, a desigualdade econômica e a exclusão?
5) A internet e o ciberespaço vão se desenvolver como forças benignas, ou serão fonte constante de desestabilização e novas ameaças?
6) O islã vai continuar a ser fonte de atritos e conflitos, ou se renovará, transformando-se em uma força de apoio à paz e de estímulo ao desenvolvimento?
7) Uma das características do século 20 foi a criação de um grande número de novos países. Os Estados falidos e o desaparecimento de países serão uma característica do 21?
Não é uma lista completa. Cada qual terá sua própria. Mas essas perguntas deveriam constar de qualquer lista e servem para iniciar uma discussão indispensável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário