19 de janeiro de 2012

Ipea divulga estudo da situação social do Estado do Espirito Santo entre 2001 e 2009



19/01/2012 

I

Lívia Francez 


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou, nesta quinta-feira (19), no Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a série “Situação Social nos Estados” com os dados referentes ao Espírito Santo. Pelos dados divulgados pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann é possível constatar que, entre os anos de 2001 e 2009, enquanto a renda domiciliar per capita no Estado cresceu em níveis acima da média nacional, os índices de violência dispararam e a escolaridade estagnou.

Os indicadores foram construídos com a utilização das fontes da Rede Interagencial de Informações para a Saúde do Ministério da Saúde (Ripsa/MS) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE). Os indicadores abordam áreas de interesse das políticas sociais: demografia, previdência social, pobreza e desigualdade, saúde, seguridade, trabalho e renda, educação, cultura, saneamento e habitação.

O presidente do Ipea destacou que três acontecimentos marcaram a virada do século XX para o XXI: a forma como a política brasileira desenhou a Constituição Federal de 1988, que é o marco das políticas públicas que temos até hoje, como o acesso universalizado à educação; a estabilidade monetária, adquirida após 1994 com a implantação do Plano Real; e o compromisso de combinar crescimento econômico com políticas públicas.

Marcio Pochmann ponderou, no entanto, que é um desafio universalizar também o acesso à educação superior, assim como acontece com a educação de base.

O desempenho escolar do Estado foi dividido em dois momentos pelo Ipea. Entre 2001 e 2005 houve aumento acelerado da escolaridade, mas de 2005 a 2009 o processo estagnou no Estado. No primeiro período, o indicador cresceu 14%, enquanto no segundo período o crescimento foi de apenas 3,1%. Esses valores são 9,3% e 8,6% para o Brasil e 7,9% e 7,1% para o Sudeste.

Os dados dão conta que a renda per capita domiciliar do País era de R$ 511,5 em 2001. Em 2009 subiu para R$ 631,7, representando um aumento real de 23,5% no período. Na região Sudeste, o indicador passou de R$ 647,5 para R$ 759,5, com aumento real de 17,3%. Neste quesito, o indicador do Estado era de R$ 473,6, em 2001, elevando-se para R$ 633,9, em 2009. Foram 33,8% de aumento na década, representando crescimento muito além da média nacional e também da região.

No entanto, a desigualdade entre as zonas rural e urbana na primeira década do século XXI continuou acentuada. Em 2005 o rendimento no campo era 45% da renda na cidade e em 2009 o índice passou para 49%, ou seja, o trabalhador do campo recebe a metade do que recebe o da cidade.

O índice de homicídios no período subiu na contramão da região Sudeste e do Brasil. No Sudeste, a taxa de homicídios caiu 37% em 2007 e no País a queda foi de 7%. O Estado apresentou aumento de 17,3% na taxa de homicídios. Os mais afetados são os homens com faixa etária entre 15 a 29 anos. No começo da década, o Estado apresentava menor índice de violência do que Rio de Janeiro e São Paulo, mas se tornou, no fim da década, o mais violento da região.

Uma das consequências do aumento da taxa de homicídios entre homens jovens, segundo Pochmann, é que provoca uma queda da participação desta parcela da população na economia e no mercado de trabalho no Estado.

Ranking 


O Estado, além de registrar a maior taxa do nordeste, é o segundo do País em maior número de homicídios, de acordo com o Mapa da Violência do Instituto Sangari, utilizado pelo Ministério da Justiça para a divulgação dos dados de homicídios no País e lista os índices de homicídios por 100 mil habitantes no Brasil desde 1980.

Em 2007, ano usado pelo Ipea como base, o Estado registrou 53,6 homicídios por 100 mil habitantes. Nos anos de 2008 e 2009 o número aumentou para 56,4 e 57,3 homicídios por 100 mil, respectivamente. A taxa só teve relativa queda no ano de 2010 com 50,1 homicidios por 100 mil habitantes.

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