5 de fevereiro de 2012

Educação não é prioridade, lamenta promotora


05 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | Diário de Natal | Cidade | RN

Promotora Zenilde Ferreira destaca má gestão na rede pública. Foto: Maria Iglê/Esp. DN/D.A Press
Há vários anos na linha de frente do Ministério Público Estadual no que tange a educação, a promotora Zenilde Ferreira lamenta a constatação da atual situação por que passa a rede municipal de educação. "Sabia que, em termos comparativos, não havia muita diferença nos custos entre privado e público. Mas, é um dado difícil de analisar. O que é fato é a má gestão na área pública. O custo até pode ser igual, mas muitas vezes não há dinheiro para bancar", explica a promotora. Ela ainda destaca que, na maioria dos casos da rede básica de ensino, tanto as escolas públicas como as particulares dispõem do mesmo quadro de professores, que ganham praticamente a mesma coisa nas duas instituições. "Mas, infelizmente o trato na escola pública é diferente, porque muitas vezes falta dinheiro, falta estrutura, diferente da escola privada, mesmo com a rede pública dando merenda, alimentação.
Ou pelo menos deveria oferecer. As horas/aula quase sempre são menores, alunos são liberados por qualquer motivo, e isso acaba influenciando diretamente na qualidade do ensino", comenta Zenilde.
A promotora ainda vai mais longe no raio-x traçado sobre a rede pública de ensino básico em Natal. De acordo com a promotora, a crise é enorme. "Muitas escolas do município só estão de portas abertas por conta dos recursos federais. A descentralização, como no caso do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que cai direto no caixa escolar, que salva essas instituições. Os CMEIs, que não tem caixa e não recebem repasse, sofrem bastante", afirma Zenilde Ferreira. Segundo informações da promotora, os recursos do Fundeb, por exemplo, já estão totalmente comprometidos. "Todos os recursos do Fundeb são destinados para folha de pagamento da secretaria. A educação, de maneira geral, não é prioridade.
E o reflexo disso é o ano de 2011, que foi de uma enorme interrupção na educação", completou a promotora.

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