4 de fevereiro de 2012

Motos: "Campanha quer reduzir número de mortes, que cresceu 506% em 10 anos


EDUCAÇÃO
Victor Furtado
Da Redação, Belem, Para
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou, em todo o Brasil, a campanha "Moto. É preciso saber usar. É preciso respeitar", que faz parte do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada). A campanha visa disciplinar condutores de motocicletas, que continuam se envolvendo na maioria dos acidentes de trânsito graças à imprudência e despreparo. E mesmo diante da periculosidade do veículo, a frota de motocicletas não para de crescer, principalmente em municípios pequenos, onde as ações deverão se concentrar. Em algumas cidades, a quantidade de motos chega a representar 80% da frota total. Saindo da capital, na Região Metropolitana de Belém (RMB), é muito comum ver motociclistas desafiando o perigo pela falta de fiscalização. A farra é tão grande que até adolescentes, que não têm idade para ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH), atuam como mototaxistas. A principal infração cometida atenta contra a própria vida do condutor: não usar capacete.
O Mapa da Violência no Trânsito, estudo feito pelo instituto Sangari, mostra que na década de 1998 a 2008, a frota de motos cresceu 369% e o número de acidentes fatais envolvendo este veículo subiu 506%. O aumento da frota desse tipo de veículo está associado à facilidade de comprar uma moto, cujas parcelas, em um mês, chegam a ser menores do que o gasto com transporte público. Valente afirma que no interior do Estado, as motos são usadas livremente por jovens, muitas vezes não habilitados, que desrespeitam todas as normas de segurança, principalmente não usando o capacete.
Na manhã de ontem, a reportagem passou pelos municípios de Ananindeua, Marituba, Santa Isabel do Pará e Santo Antônio do Tauá. Bastaram alguns minutos em cada uma dessas cidades para flagrar um festival de infrações de todos os tipos cometidas sobre duas rodas: excesso de passageiros, transporte de cargas incompatíveis com o veículo, uso de calçados que não se firmam nos pés, uso de celular e transporte de crianças menores de 12 anos.
O que parecia regra é que capacete não é necessário. Algumas dessas infrações eram cometidas debaixo dos olhos de guardas de trânsito e de policiais militares, que pareciam impotentes diante da quantidade de problemas. Alguns dos condutores flagrados carregavam o capacete no braço. O que muitos não sabem, é que dessa forma o dispositivo de segurança se torna um perigo, pois se o condutor cair, o capacete pode favorecer o deslocamento do braço e até fraturas expostas. Algumas motos circulavam em estado precário, até sem os retrovisores.


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