29 de novembro de 2012

Morte violenta atinge 2,5 vezes mais jovens negros do que jovens brancos



No Distrito Federal, mortes violentas entre jovens negros ultrapassam 100 homicídios para cada 100 mil habitantes
Publicado em 29/11/2012 às 10h54: atualizado em: 29/11/2012 às 11h31
Mariana Londres, do R7, em Brasília
Os homicídios entre os jovens negros cresceram mais do que entre os jovens brancos nos últimos oito anos no Brasil, ampliando assim a diferença que já existia entre as vítimas de mortes violentas no País. A conclusão está nos dados do Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil divulgado nesta quinta-feira (29) pela Seppir (Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial) ,CEBELA e FLACSO.

De acordo com a pesquisa, os homicídios entre os jovens negros no Brasil são o dobro do que o da população negra (todas as faixas etárias), que já é alta. Enquanto em 2010 as mortes violentas entre jovens negros eram de 72 (a cada 100 mil habitantes), as de negros eram de 36 (mortes violentas a cada 100 mil habitantes).
Em 2002, as mortes entre jovens negros eram 71,7% maior do que a morte violenta entre jovens brancos no Brasil. Em 2010, a proporção aumentou para 153,9%. Ou seja, as morte entre os jovens negros no País são duas vezes e meia maior do que entre os brancos.
A situação da morte violenta entre os negros é pior em oito unidades da Federação: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia e Pará. Nessas unidades, a morte de jovens negros ultrapassa a marca de 100 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Em alguns locais, a taxa chega a níveis inaceitáveis, como no município de Simões Filho, na Bahia, onde há 400 homicídios para cada 100 mil habitantes entre os jovens negros.
As taxas brasileiras de mortes entre jovens são muito maiores do que os índices dos países desenvolvidos.
Para cada morte de jovem em países como Alemanha, Holanda, França, Polônia e Inglaterra, morrem 106 jovens no Brasil. Essa proporção chega a 912 jovens negros no município de Simões Filho, na Bahia.
De acordo com o professor Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, os principais motivos da discrepância dos números entre o Brasil e outros países são a violência urbana, o tráfico de drogas e a violência doméstica.
— Esse número de mortes violentas no Brasil é maior do que em locais onde há conflitos bélicos.
Para ele,  para reduzir os números é necessário desenvolver políticas públicas voltadas ao combate da violência urbana, ao tráfico de drogas e investimentos em educação.

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