16 de março de 2010

Diário Catarinense

O indivíduo e o clima

O relatório Situação da População Mundial 2009 Enfrentando um mundo em transição: mulheres, população e clima, das Nações Unidas, propõe novo enfoque para o debate sobre mudanças climáticas. Lançado no final de 2009, sugere que, além das discussões sobre tecnologias verdes e corte de emissões de carbono, se enfatize o papel dos seres humanos no aquecimento da atmosfera da Terra, seja na condição de causadores, seja na de afetados.

Não se pode minimizar o papel de instituições, como governos e empresas, no enfrentamento desse enorme desafio. Depende delas as ações mais vultosas. Mas parece importante, também, chamar a atenção para o papel do indivíduo, que, na condição de causador, pode modificar seus hábitos e, com isso, contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Como afetado, só tem a ganhar se estiver consciente de seus direitos de cidadão e souber garanti-los.

Tudo isso parece simples. E é. Mas só no nível do discurso. Como alterar o comportamento de bilhões de pessoas? Isso envolve uma gama de elementos, entre eles a formação. E essa tarefa está mais difícil hoje porque, ontem, não nos preparamos para lidar com um mundo em constante mudança, em que o conhecimento científico tem relevância cada vez maior.

Se uma parte da solução do problema do aquecimento global está na ação dos indivíduos, por que não apostar neles? E haveria melhor forma de fazer isso do que lhes oferecer educação de qualidade? É a educação científica que permitirá compreender como o planeta se comporta e por que a vida na Terra está ameaçada, e, assim, agir por sua conservação.

Ben Sangari, físico, vicepresidente da Sangari Brasil


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