04 de setembro de 2011 Educação e Ciências | Correio Braziliense | Política | BR Engajamento vem de família
EDUCAÇÃO Modelo participativo dos pais tem papel decisivo na formação da consciência política e faz a diferença no comportamento da nova geração BERTHA MAAKAROUN Belo Horizonte - Ser ou não ser um adulto que participa da política, para além do ato de votar? Filhos de pais politicamente ativos, que se envolvem em causas de interesse público, buscam e se expõem mais às informações sobre política, tendem a ser politicamente mais ativos do que crianças de famílias que não cultivam o hábito de acompanhar e se engajar na política. A constatação é demonstrada estatisticamente pelo cientista político e pesquisador da UFMG Mário Fuks. Ele trabalhou com dados inéditos perante um universo de estudantes de Belo Horizonte, a partir de pesquisa de opinião realizada entre jovens do ensino médio que participaram do projeto Parlamento Jovem, desenvolvido pela PUC Minas em parceria com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Filhos aprendem e repetem o modelo familiar participativo. Por isso, pais politicamente ativos de fato fazem a diferença sobre o comportamento da nova geração. A consciência política da família de Monica Corrêa Batista, professora universitária, 49 anos, foi não só fundamental para que ela se tornasse uma ativista de causas de interesse público, como também, os seus filhos: o ator Gustavo Bonis, de 26; e João Lucas, estudante, de 13. "Em casa, a discussão política sempre deu o tom de minha infância e juventude", afirma ela, em referência ao pai, sindicalista, e à mãe, professora primária, além de sua militância estudantil, e dos irmãos, durante a luta pela reabertura democrática nos anos 1970. Causas estudantis Ao mesmo tempo em que João Lucas já se envolve em causas que interferem no cotidiano dos jovens da cidade - como a frequência à "praia da Estação" -, o filho de Monica também já se engajou em várias manifestações, como a do passe livre para os estudantes. "O contexto familiar é um lugar muito forte do ponto de vista do aprendizado", considera a mãe do jovem. Também para Marcel Dornas Beghini, de 19, estudante universitário, os pais tiveram papel decisivo em seu despertar para a política. Marcel encontrou em casa um ambiente fértil para o debate. "Meus pais não são partidários, mas têm opinião formada sobre vários temas e sempre assistimos ao noticiário juntos e discutimos os temas", conta. A prática não apenas o ajudou a se familiarizar com os atores e as questões salientes do debate, como também, aos poucos, propiciou-lhe o acúmulo de informações que facilitaram a compreensão do contexto em que atuam partidos políticos e candidatos. Ou seja, Marcel adquiriu o senso do que Mário Fuks chama de eficácia política subjetiva: a confiança de que é capaz de compreender e interpretar os fatos e o mundo da política. |
4 de setembro de 2011
Educação e familia
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jorge werthein
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07:24
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