3 de fevereiro de 2012

Tablets nas escolas brasileiras


03 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo 




Luiza Bandeira, Luisa Pessoa e Paula Bianchi
Em alguns casos, equipamentos portáteis são vendidos junto com livros didáticos virtuais pelo próprio colégio
Órgãos de defesa do consumidor dizem que pais precisam ser avisados sobre item antes da matrícula
Colégios particulares do país passaram a incluir tablets nas suas listas de material escolar. Em alguns casos, esses computadores portáteis com acesso à internet e tela sensível ao toque são vendidos nas próprias escolas.
No colégio Sigma, de Brasília, o tablet é obrigatório: os pais dos 1.200 alunos do 1º ano do ensino médio tiveram de comprar os aparelhos, que podem chegar a R$ 2.000.
Além disso, desembolsaram mais R$ 1.200 em programas que substituem os livros didáticos -no Sigma, a mensalidade ultrapassa R$ 1.000.
Segundo o professor André Fratezzi, do colégio, o material digital "é interativo, tem vídeos, músicas, animação" -a idade da maioria dos estudantes fica entre 14 e 16 anos.
Já o Colégio Cristão de Jundiaí, no interior paulista, vende tablets por R$ 1.000. Até agora, a escola diz que cerca de 40% dos pais compraram.
A escola MV1 Anderson, do Rio, dá a opção aos alunos que quiserem substituir as apostilas de papel pelo material virtual. "O tablet é uma sugestão", diz o coordenador Miguel Bastos. "O material eletrônico tem um custo 30% menor para o aluno", afirma.
Na Dínamis, também carioca, há empréstimo dos aparelhos. "Os tablets são da escola, o aluno usa e devolve ao fim do dia", afirma o coordenador Raphael Barreto.
O colégio São Paulo, de Salvador, comprou iPads, da Apple, e subsidiou metade do valor para os alunos. O preço por pessoa ficou em R$ 825.
DIREITO DO CONSUMIDOR
O colégio Antônio Vieira, também na capital baiana, vende os tablets com apostilas por R$ 1.067. E o material didático só funciona naquele tipo de aparelho. Por causa disso, a escola é alvo do Procon. O colégio diz que tenta solucionar o problema.
Órgãos de direito do consumidor ouvidos pela Folha não são consensuais sobre a legalidade de incluir os tablets no material escolar.
O Procon do Distrito Federal diz que não há problema, desde que os pais sejam avisados antes da matrícula.
O de São Paulo concorda e acrescenta que a escola só pode propor atividades em aula com o tablet se todos tiverem o material, para evitar "diferenciação pedagógica".
Já na Bahia, onde a venda "casada" do aparelho e do material pelo colégio Antônio Vieira está sob questionamentos, o Procon diz que é proibido obrigar os pais a comprar o tablet e que a escola tem de oferecer o material didático de várias maneiras, em apostilas e em meios digitais.
"Não vejo por que a escola obrigar [a compra de um] tablet como material didático", afirma a superintendente do órgão, Cristiana Santos.
A maior parte das escolas diz que a aquisição não é obrigatória e que quem não comprar pode acompanhar as atividades no equipamento dos colegas ou imprimir a lição antes.

Prós e contras do tablet na escola

PRÓS
1 Facilita a interação
Alunos têm acesso a variadas fontes de pesquisa e podem interagir com a produção dos colegas; permite transição fácil entre atividades com e sem tecnologia
2 Ajuda na avaliação
Sistemas permitem que alunos respondam a perguntas e professores tenham acesso a isso na hora
CONTRAS
1 Pode dispersar
Ambientes on-line podem ser usados por alunos para atividades não pedagógicas
2 Escrita é mais difícil
Os tablets não são muito confortáveis para escrever e a participação por escrito é fundamental na aprendizagem

03 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo 
 Docente precisa saber dominar tecnologia, dizem especialistas

Especialistas em educação e tecnologia afirmam que o fator mais importante para que o uso do tablet seja bem sucedido em sala de aula é a preparação dos professores.
"Todo o trabalho, com tablets, netbook, notebook, sempre vai depender do professor", diz Maria da Graça Moreira da Silva, coordenadora do curso de graduação de Tecnologia e Mídias Digitais da PUC-SP.
Para ela, é possível fazer atividades em sala de aula mesmo que só alguns alunos tenham o aparelho.
O professor Gilberto Lacerda dos Santos, especialista em tecnologia de educação da UnB (Universidade de Brasília), também afirma que os professores precisam estar preparados.
"As vantagens não vêm automaticamente, elas dependem da intervenção do professor. Se você não tem professor formado e com competência para desvendar o aparelho, não há impacto pedagógico possível", diz.
O professor acrescenta que, caso isso não ocorra, não vale a pena tirar do docente um meio que ele já domina (papel, caneta e livros didáticos) e dar um que ele não domina, como o tablet.
INTERATIVO
Se o professor estiver bem preparado, diz, o aparelho pode trazer vantagens por ser interativo, ampliar as possibilidades de pesquisa devido à conexão com a internet e permitir que o aluno produza conteúdo.
Como desvantagem, ele cita o risco de dispersão dos estudantes, principalmente se usarem a internet e as redes sociais na sala de aula.
Os especialistas ressaltam que o tablet é uma tecnologia nova e que ainda é cedo para saber qual será o impacto do uso do aparelho nas escolas.

03 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | Cotidiano | BR
 Agora, ministério promete máquina para professores

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que até 600 mil dos tablets que o governo vai comprar serão destinados a professores -e não para alunos, como era o objetivo inicial do MEC ao lançar a licitação, ainda sob o comando de Fernando Haddad.
Como a Folha revelou na terça, o MEC conclui licitação para comprar até 900 mil tablets a um custo previsto de R$ 330 milhões. Agora, a atual gestão decidiu ficar com dois terços dos equipamentos, deixando 300 mil para Estados e municípios.
No início da semana, o ministério havia informado que a divisão seria na proporção inversa.
O ministro agora diz que há estudos de universidades federais sobre o uso pedagógico da máquina e que os professores serão treinados. Antes, o ministério dizia que uso seria aprendido na prática.
Apesar de estar no cargo há dez dias e de não ter lançado a licitação, Mercadante disse que o programa foi todo formatado na sua gestão e que os equipamentos começarão a ser distribuídos a partir do segundo semestre deste ano.


03 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo 
 Estado vai dar equipamento para 170 mil

PE vai distribuir tablets aos 170 mil alunos do 2º e 3º anos do ensino médio da rede estadual. A licitação, no valor de R$ 170 milhões, foi concluída ontem, e a entrega será feita em março.
Os alunos vão ficar com os aparelhos após a conclusão do ensino médio, o que obriga o Estado a comprar tablets todos os anos.


03 de fevereiro de 2012
Veja mais | Folha de S. Paulo |
 Programa de laptop na rede pública tem falhas, diz estudo



ANTONIO GOIS
Projeto piloto da União esbarra na falta de capacitação de professores
Estudo feito pela UFRJ para o governo federal mostra que o programa UCA (Um Computador por Aluno), implementado em 2010 em seis municípios, esbarrou em problemas de coordenação, capacitação de professores e adequação de infraestrutura.
O programa piloto do MEC forneceu 150 mil laptops de baixo custo a professores e alunos de cerca de 300 escolas públicas.
Às cidades, o governo federal prometeu infraestrutura para acesso à internet e capacitação de gestores e professores.
Uma das conclusões do estudo foi que a infraestrutura de rede foi inadequada. Em cinco cidades, os avaliadores identificaram que os sinais de internet eram fracos e instáveis tanto nas escolas quanto nas casas e locais públicos.
FIM DO ENTUSIASMO
Segundo a pesquisa, os professores se mostravam entusiasmados no início, mas, um ano depois, 70% relataram não ter contado com apoio para resolver problemas técnicos e 42% disseram usar raramente ou nunca os laptops em tarefas pedagógicas para os alunos.
Em algumas cidades, os equipamentos que davam defeito ficaram guardados por falta de técnicos que soubessem consertá-los.
Além disso, um quinto dos docentes ainda não havia recebido capacitação, e as escolas não tinham incorporado o programa em seus projetos pedagógicos.
Um dos pontos positivos foi que os alunos passaram a ter mais domínio de informática. O programa foi mais eficiente para alunos de escolas que permitiram levar o laptop para casa.
Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE), Santa Cecília do Pavão (PR), São João da Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG). Os autores do estudo não deram entrevista.


03 de fevereiro de 2012
Educação no Brasil | O Estado de S. Paulo
 Docente do ensino médio terá tablet



Custo baixo. Para oministro Aloizio Mercadante, projeto deve custar R$ 180 milhões em 2012

MEC afirma que entregará 598 mil aparelhos a partir do segundo semestre deste ano a professores da rede pública de todo o País
Marta Salomon
Até o final do ano, todos os professores de ensino médio das escolas públicas do País deverão ter em mãos tablets com acesso a material didático para melhorar o conteúdo das aulas. O Ministério da Educação (MEC) prevê a compra e a entrega de até 598.402 tablets a partir do início do segundo semestre. Esse é o número de professores do ensino médio. Parte deles já conta com o equipamento, comprado pelas secretarias estaduais.
O novo projeto de educação digital foi anunciado ontem pelo ministro Aloizio Mercadante. "Começar pelo professor é mais seguro", disse o ministro. O projeto usará licitação realizada no ano passado para a compra dos tablets de sete polegadas para os professores a umcusto entre R$ 276,99 e R$ 278,90 cada um, dependendo da região do país.
Tablets maiores, de dez polegadas, do tamanho de um Ipad, também serão distribuídos às escolas para o uso associado a uma espécie de projetor com acesso à internet, chamado de lousa digital. A estimativa de gasto com o projeto é de aproximadamente R$ 180 milhões neste ano. "Para o tamanho do orçamento do MEC, isso é nada", calcula Mercadante, insistindo em que o dinheiro está garantido.
As empresas Digibras e Positivo ganharam o pregão para a venda dos tablets, cujo resultado foi anunciado no final de janeiro. Os computadores terão saída para vídeo e entrada USB, além de bateria com duração de seis horas. Antes de serem distribuídos, os tablets vão receber conteúdos, como as aulas de física, matemática, biologia e química da Khan Academy, previamente traduzidas. Os professores também terão acesso à edição diária de jornais nacionais e locais.
Num primeiro momento, receberão os equipamentos só os professores de escolas que já contam com laboratório de informática e acesso à banda larga. As escolas aptas representam 82% do universo de 62.230 estabelecimentos localizados nas cidades.
As escolas da zona rural contarão com programa específico, a ser anunciado posteriormente.
"Não adianta dar o tablet, que é uma espécie de torneira, sem que haja canos nem uma caixa d'água disponíveis", comparou o ministro da Educação, sem estabelecer prazos para a distribuição de tablets aos professores do ensino fundamental. Não há previsão de entrega dos computadores aos alunos da rede pública.
Nova prioridade. Diferentemente dos programas de inclusão digital desenvolvidos na gestão Fernando Haddad, a prioridade agora é o professor. E sobre tudo do ensino médio, considerado mais problemático por Mercadante. "A evasão no ensino médio é grande, os indicadores não são bons e a escola não está atrativa: é um grande nó que precisamos desfazer."
As chamadas lousas digitais, projetores com acesso à internet e material para melhorar o conteúdo das aulas, começaram a ser distribuídos a 10 mil escolas no final do ano passado. "É nesse ano que o projeto vai ganhar escala", disse oministro, que afirma ter detalhado o programa em apenas nove dias, desde que assumiu o Ministério da Educação.
"É importante definir uma estratégia sólida para preparar a nova geração para a tecnologia da informação. Queremos acelerar o processo, mas sem atropelos, sabendo que a tecnologia não é um objetivo em si", diz. O lema do programa é "Na educação, inclusão digital começa pelo professor".
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Aparelhos
598.402 tablets devem ser comprados e entregues a professores do ensino médio partir do segundo semestre
R$ 278,90 é o preço máximo dos aparelhos,
de acordo com licitação de 2011






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