20 de julho de 2010

Analfabeto funcional

A partir da globalização do mercado, em que a capacitação tecnológica passou a constituir-se condição básica para ocupação da demanda empregatícia, a "qualificação profissional e geração de trabalho são, atualmente, os grandes desafios para o resgate da cidadania dos excluídos". Para a Unesco - "é considerada alfabetizada a pessoa capaz de utilizar a leitura e escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e fazer usar habilidades para continuar aprendendo e desenvolvendo, ao longo da vida ". A modernização da sociedade, a socialização do conhecimento, através dos meios modernos de comunicação, em tempo real, o desenvolvimento tecnológico, a ampliação da participação social social e política dos cidadãos pontuam demandas, cada vez mais amplas, com relação às habilidades de leitura e escrita. Segundo o INAF - Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, os dados registrados brasileiros são alarmantes.

"No Brasil, existem 114 milhões de brasileiros com os seguintes graus de instruções: 10 milhões são analfabetos, 34 milhões tem um nível de leitura e escrita muito baixo, 42 milhões estão no nível básico de alfabetização e, somente, 28 milhões estão habilitados a entrar no novo mercado de trabalho, que exige conhecimento, noutras palavras: do universo de 114 milhões, 86 milhões são analfabetos funcionais, isto é, sem nenhuma qualificação profissional". Para a Unesco, apenas um entre quatro brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo, enquanto, segundo Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais 1/3 dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso e às novas tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-las a adaptar-se às mudanças sociais e culturais, advindas da globalização do mundo.

Para cientistas políticos, não podemos aceitar como indicadores de desenvolvimento, apenas índices, que representam aumento do PIB, volume de exportações, superavit primário, aumento quantitativo de vagas escolares, número de famílias assistidas pelo Programa Bolsa Família, sem considerar o HOMEM - "com oportunidade para uma vida melhor, justiça social, elevação do nível e qualidade de emprego, garantia de salários dignos, ampliacão dos serviços de educação, saúde, saneamento básico, alimentacão, enfim, colocá-lo com agente do seu próprio desenvolvimento". Lamentável a constatação do senador Cristovam Buarque: "o Brasil, no ranking mundial, classifica-se em 85o".

Estado de Sao Paulo



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