Indicador do MEC mostra que ensino no país ainda é precário, mas já é possível identificar os instrumentos para elevar sua qualidade
Está longe de ser satisfatório o retrato apresentado pelo principal indicador da qualidade do ensino público e privado no país, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Os números recém-divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), referentes a 2009, demonstram que os alunos brasileiros ainda não conseguem atingir níveis de competência desejáveis.
Em uma escala de 0 a 10, menos de 6% das escolas públicas do ensino fundamental tiveram nota superior a 6, patamar que corresponde ao desempenho de estudantes de países desenvolvidos -e tomado como meta a ser atingida pelo Brasil até 2022, ano do bicentenário da Independência.
Na primeira etapa do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano), o resultado médio das escolas brasileiras é de 4,6. O índice leva em conta provas de matemática e português, além da taxa de aprovação de alunos.
Os estudantes mais velhos têm desempenho pior. A nota dos anos finais do ciclo fundamental é 4,0; no ensino médio, 3,6.
A disparidade entre escolas públicas e privadas também se reflete nos números do MEC.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, filhos de pais que pagam pela educação alcançam nota 6,4 no Ideb. Entre as escolas públicas, o resultado médio é de 4,4.
A diferença não se deve apenas às discrepâncias de qualidade no ensino das redes pública e particular. A situação socioeconômica das famílias dos alunos é decisiva para o aprendizado. Crianças cujos pais atingiram nível educacional mais alto tendem a se sair melhor na sala de aula.
Quando se comparam colégios de todo o país, os melhores resultados dentro da rede pública aparecem em municípios do interior de Minas Gerais e de São Paulo, muitos deles em regiões com índices de desenvolvimento bem acima da média nacional.
Mas nem por isso os números do Ideb devem alimentar discursos fatalistas. Ao contrário. Ainda que a um ritmo menor do que o desejável, o desempenho dos estudantes brasileiros tem melhorado, de forma contínua, em todos os níveis. Entre 2005 e 2009, houve um aumento de 0,8 ponto na nota média dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. No mesmo período, a melhora foi menor no ensino médio -0,2 ponto.
Também há exceções e exemplos de sucesso em regiões desfavorecidas: a melhor colocada entre as escolas públicas da primeira etapa do ensino fundamental em São Paulo se encontra na periferia da cidade.
O grande mérito do Ideb é radiografar a educação brasileira. Seus resultados podem ser usados para identificar métodos que tenham contribuído para a elevação do aproveitamento dos estudantes.
Adoção de apostilas, apelo à maior participação dos pais, valorização e treinamento dos professores parecem ser decisivos. Cumpre estudar os modelos de sucesso e disseminá-los pelo país.
Longe das generalidades do passado, hoje é possível identificar os instrumentos que podem melhorar o ensino no Brasil. Indicador do MEC mostra que ensino no país ainda é precário, mas já é possível identificar os instrumentos para elevar sua qualidade
Está longe de ser satisfatório o retrato apresentado pelo principal indicador da qualidade do ensino público e privado no país, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Os números recém-divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), referentes a 2009, demonstram que os alunos brasileiros ainda não conseguem atingir níveis de competência desejáveis.
Em uma escala de 0 a 10, menos de 6% das escolas públicas do ensino fundamental tiveram nota superior a 6, patamar que corresponde ao desempenho de estudantes de países desenvolvidos -e tomado como meta a ser atingida pelo Brasil até 2022, ano do bicentenário da Independência.
Na primeira etapa do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano), o resultado médio das escolas brasileiras é de 4,6. O índice leva em conta provas de matemática e português, além da taxa de aprovação de alunos.
Os estudantes mais velhos têm desempenho pior. A nota dos anos finais do ciclo fundamental é 4,0; no ensino médio, 3,6.
A disparidade entre escolas públicas e privadas também se reflete nos números do MEC.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, filhos de pais que pagam pela educação alcançam nota 6,4 no Ideb. Entre as escolas públicas, o resultado médio é de 4,4.
A diferença não se deve apenas às discrepâncias de qualidade no ensino das redes pública e particular. A situação socioeconômica das famílias dos alunos é decisiva para o aprendizado. Crianças cujos pais atingiram nível educacional mais alto tendem a se sair melhor na sala de aula.
Quando se comparam colégios de todo o país, os melhores resultados dentro da rede pública aparecem em municípios do interior de Minas Gerais e de São Paulo, muitos deles em regiões com índices de desenvolvimento bem acima da média nacional.
Mas nem por isso os números do Ideb devem alimentar discursos fatalistas. Ao contrário. Ainda que a um ritmo menor do que o desejável, o desempenho dos estudantes brasileiros tem melhorado, de forma contínua, em todos os níveis. Entre 2005 e 2009, houve um aumento de 0,8 ponto na nota média dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. No mesmo período, a melhora foi menor no ensino médio -0,2 ponto.
Também há exceções e exemplos de sucesso em regiões desfavorecidas: a melhor colocada entre as escolas públicas da primeira etapa do ensino fundamental em São Paulo se encontra na periferia da cidade.
O grande mérito do Ideb é radiografar a educação brasileira. Seus resultados podem ser usados para identificar métodos que tenham contribuído para a elevação do aproveitamento dos estudantes.
Adoção de apostilas, apelo à maior participação dos pais, valorização e treinamento dos professores parecem ser decisivos. Cumpre estudar os modelos de sucesso e disseminá-los pelo país.
Longe das generalidades do passado, hoje é possível identificar os instrumentos que podem melhorar o ensino no Brasil.
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