20 de julho de 2010

"Demoramos mais para fazer as coisas, e fazemos pior"

A jornalista e escritora britânica Harriet Griffey, especialista em temas de saúde, terá seu livro mais recente, "The Art of Concentration", lançado em setembro no Brasil, pela Larousse.

Ela acredita que a concentração é uma habilidade que pode ser aprimorada com o treino e comenta a tolerância das pessoas com as interrupções constantes das tecnologias de comunicação.

Leia trechos da entrevista à Folha, por e-mail.

Folha - Quais as consequências da falta de concentração? Harriet Griffey - Pesquisas descobriram que trabalhadores constantemente interrompidos pelo e-mail tiveram um declínio de dez pontos no QI -o dobro do impacto de fumar maconha!

Com toda a tecnologia, demoramos mais para fazer as coisas, fazemos pior e lembramos menos depois de termos feito. Isso pode nos impedir de sermos tão produtivos quanto gostaríamos.

Esse problema é novo?

Esse hábito de "atenção parcial contínua" parece estar ligado à nossa inclinação moderna e à tolerância de sermos constantemente interrompidos por tecnologias de comunicação.

Nós podemos desligá-las, mas raramente o fazemos, tendo dado a elas tanta importância que sentimos que não podemos viver sem elas.

Nós nos permitimos menos tempo para o que é importante e o que interessa.

O progresso tecnológico é um bom empregado, mas um mau patrão quando se trata de concentração.

Poderíamos fazer as tecnologias da informação trabalharem para nós, em vez de permitir que elas governem as nossas vidas, porque elas são um desestímulo à nossa concentração.

Qual a arte da concentração?

A "arte" de qualquer coisa é uma ferramenta melhorada por estudo, observação e prática. A maioria pode melhorar sua habilidade.

O que é possível fazer para recobrar essa habilidade?

Primeiro, você precisa exercitar o que sente ao se concentrar de verdade. Quando souber o que é se concentrar (quando faz algo de que gosta, como se sente?) e o que torna isso possível para você, pratique.

Para alguns, isso significa desligar todas as distrações -o celular, o alerta de e-mail, qualquer música, TV ou outro som de fundo. Para outros, música de fundo pode funcionar bem, ajudando a filtrar outras distrações. Descubra o que está no caminho da sua concentração.

O que mais pode ajudar?

Estipule alvos fáceis, como na "regra dos cinco mais".

Passe cinco minutos mais numa tarefa, partindo daí para estender o tempo: mais cinco problemas resolvidos, mais cinco páginas lidas. Ao sentir que começa a viajar, traga sua mente de volta por cinco minutos mais
Folha de Sao Paulo

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