São conhecidos os avanços do Estado de São Paulo na redução da violência. O principal êxito refere-se à taxa de homicídios, que caiu 72% nos últimos 12 anos.
Entre 1999 e 2005, a queda foi acelerada. Passou-se de 35,3 para 17,7 casos por 100 mil habitantes. No ano passado, São Paulo já registrava 10,05 assassinatos por 100 mil -menos da metade do índice nacional, 25 por 100 mil. Nos EUA e no Reino Unido, a taxa gira em torno de 5 por 100 mil.
A violência no Estado, atestam novos números, parecem ter encontrado um piso, passando a oscilar em torno de um patamar. No instantâneo estatístico do primeiro trimestre deste ano, verificou-se até mesmo um preocupante aumento de 7,1% nos homicídios dolosos e de 4,1% nos roubos -enquanto os latrocínios caíram 2,4%.
O bom resultado acumulado ao longo dos anos é inquestionável, de todo modo, em que pesem eventuais falhas e flutuações nas estatísticas. Para o governo, colhem-se os frutos de um aperfeiçoamento do trabalho policial e de um conjunto de ações comunitárias. Para alguns críticos, não se pode desconsiderar que existe uma única grande facção criminosa organizada em São Paulo. Isso eliminaria confrontos como os que ocorrem no Rio, onde grupos rivais armados enfrentam-se em disputas por pontos de venda de drogas. É difícil crer, no entanto, que esse aspecto seja único -ou mesmo preponderante- na diminuição dos homicídios. Embora a inexistência de uma guerra de facções possa ter peso nas estatísticas de assassinatos, a hipótese parece interessada em minimizar a atuação do poder público.
As variações recentes, embora ainda insuficientes para caracterizar uma clara tendência de alta, dão algum reforço à tese de omissão das polícias Civil e Militar. No mínimo, torna preocupante a dificuldade do governo estadual de São Paulo em obter novas reduções significativas da criminalidade e conter a violência policial.
Não deixa de ser irônico -e também sinistro- que uma em cada cinco pessoas assassinadas na cidade de São Paulo, no ano passado, tenha sido vítima da polícia.
Foram 229 casos do que a Polícia Militar registra como "resistência seguida de morte". Além disso, PMs praticaram, em 2011, 61 homicídios fora do trabalho. Há ainda, portanto, muito o que melhorar.
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