Mais da metade das 59 instituições federais usará exclusivamente o exame em sua seleção no início de 2013
Diante do peso no acesso ao ensino superior, total de inscritos na prova já cresceu quase 37 vezes desde a 1ª edição
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO
LILO BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, 2/11/2012
Em sua 15ª edição, que ocorre neste fim de semana, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) se tornou a principal porta de acesso às universidades federais do país.
Segundo levantamento feito pela Folha, das 165.854 vagas que devem ser oferecidas pelas federais no fim do ano, 150.774 poderão ser disputadas com auxílio do Enem, o que corresponde a 90,9% do total.
Os números ainda podem sofrer alterações porque algumas universidades ainda não publicaram o edital de seleção -nesses casos, a Folha tomou como referência as vagas ofertadas na edição do vestibular do final de 2011.
Pelo levantamento, 34 das 59 instituições federais usarão exclusivamente a nota da prova no processo de seleção para ingresso no início de 2013.
Outras 23 universidades utilizam o desempenho do candidato no Enem de três formas na seleção: para substituir o vestibular de parte dos cursos ofertados, para substituir a primeira etapa de seleção ou como bônus na composição da nota final.
Apenas duas instituições usam o Enem somente para as vagas remanescentes no processo seletivo.
Diante do peso do Enem para o acesso ao ensino superior, o número de inscritos na prova tem sido crescente. Entre 1998, data da primeira edição, e 2012, o número de candidatos aumentou quase 37 vezes -saltou de 157,2 mil para 5,79 milhões.
VESTIBULAR NACIONAL
"O Enem está se transformando crescentemente num vestibular nacional", conclui Ocimar Alavarse, professor de Educação da USP. Essa foi a intenção do MEC (Ministério da Educação) ao reformular a prova, em 2009.
Na ocasião, a pasta encaminhou uma carta à Andifes (associação de reitores) defendendo a nova política. Entre os argumentos estavam a indução a um currículo do ensino médio mais homogêneo e maior democratização do acesso às vagas.
"Exames descentralizados favorecem aqueles estudantes com mais condições de se deslocar pelo país", alegou o MEC.
NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Para alguns especialistas em educação, o Enem não atendeu esse objetivo.
"O fato de eu poder disputar em mais universidades não necessariamente aumenta minha chance de ingresso. O desempenho está fortemente associado ao nível socioeconômico do candidato", afirma Alavarse.
Ele pondera, entretanto, que a lei de cotas deve provocar uma mudança no perfil do aluno das federais.
A nova regra, já em vigor neste processo de seleção, destina 50% das vagas em instituições federais para alunos que cursaram o ensino médio integralmente na escola pública.
Segundo levantamento feito pela Folha, das 165.854 vagas que devem ser oferecidas pelas federais no fim do ano, 150.774 poderão ser disputadas com auxílio do Enem, o que corresponde a 90,9% do total.
Os números ainda podem sofrer alterações porque algumas universidades ainda não publicaram o edital de seleção -nesses casos, a Folha tomou como referência as vagas ofertadas na edição do vestibular do final de 2011.
Pelo levantamento, 34 das 59 instituições federais usarão exclusivamente a nota da prova no processo de seleção para ingresso no início de 2013.
Outras 23 universidades utilizam o desempenho do candidato no Enem de três formas na seleção: para substituir o vestibular de parte dos cursos ofertados, para substituir a primeira etapa de seleção ou como bônus na composição da nota final.
Apenas duas instituições usam o Enem somente para as vagas remanescentes no processo seletivo.
Diante do peso do Enem para o acesso ao ensino superior, o número de inscritos na prova tem sido crescente. Entre 1998, data da primeira edição, e 2012, o número de candidatos aumentou quase 37 vezes -saltou de 157,2 mil para 5,79 milhões.
VESTIBULAR NACIONAL
"O Enem está se transformando crescentemente num vestibular nacional", conclui Ocimar Alavarse, professor de Educação da USP. Essa foi a intenção do MEC (Ministério da Educação) ao reformular a prova, em 2009.
Na ocasião, a pasta encaminhou uma carta à Andifes (associação de reitores) defendendo a nova política. Entre os argumentos estavam a indução a um currículo do ensino médio mais homogêneo e maior democratização do acesso às vagas.
"Exames descentralizados favorecem aqueles estudantes com mais condições de se deslocar pelo país", alegou o MEC.
NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Para alguns especialistas em educação, o Enem não atendeu esse objetivo.
"O fato de eu poder disputar em mais universidades não necessariamente aumenta minha chance de ingresso. O desempenho está fortemente associado ao nível socioeconômico do candidato", afirma Alavarse.
Ele pondera, entretanto, que a lei de cotas deve provocar uma mudança no perfil do aluno das federais.
A nova regra, já em vigor neste processo de seleção, destina 50% das vagas em instituições federais para alunos que cursaram o ensino médio integralmente na escola pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário