Folha de S.Paulo, 2/11/2012
Documentos mostram que PCC quer 'comprar' pontos e vender drogas no varejoRogério Pagnan, Afonso Benites, Josmar Jozito
Documentos apreendidos pela polícia com criminosos da facção PCC mostram que o grupo quer se espalhar para outros Estados comprando pontos de venda e distribuição de drogas em favelas.
O objetivo, conforme a documentação que está com o Ministério Público, é deixar de ser só fornecedor do entorpecente para fechar o ciclo do comércio, principalmente de maconha, cocaína e crack.
De 2006 a 2011, as polícias Federal e Civil já tinham constatado a presença de membros da facção em 16 Estados, além de contatos com traficantes da Bolívia e do Paraguai.
A ideia dos criminosos é ampliar sua atuação. Além de atacadista querem ser varejista, comprando pontos de venda e distribuição, que eles chamam de "FM's", ou da "família" dos criminosos do PCC.
Diz um trecho do relatório: "FM's: estamos carecas de saber que é um dos melhores investimentos, é um lucro enorme e duradouro, queremos, na medida do possível, comprar mais lojas de porte médio e grande e só favelas, mas se hoje estamos em todo o território nacional, devemos expandir nossas lojas a estas regiões também, como uma teia de aranha [sic]".
Os documentos aos quais a Folha teve acesso foram obtidos em três operações policiais na região metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista.
Nesta semana, dois irmãos gêmeos foram detidos na favela de Paraisópolis (na zona oeste) com uma mala com dezenas de documentos elaborados por membros do PCC.
Nessa papelada, também havia informações sobre a expansão para outros Estados, conforme a reportagem apurou com policiais.
COMPRA EM SP
A compra de bocas de fumo em favelas também acontece em São Paulo. No mês passado, a polícia descobriu que um traficante foi assassinado em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, porque se recusou a vender seu ponto.
Dois dias após a morte do traficante, integrantes de sua quadrilha foram assassinados.
Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfiz, a atuação do PCC na venda das drogas para os usuários deve aumentar o índice de homicídios em várias regiões do país.
"Quando ele atua no atacado, não se preocupa em cobrar dívidas. Quando parte para o varejo, ele trata direto com os usuários. É aí que está o problema. Uma cobrança de um débito pode resultar em mortes e outros crimes."
Documentos apreendidos pela polícia com criminosos da facção PCC mostram que o grupo quer se espalhar para outros Estados comprando pontos de venda e distribuição de drogas em favelas.
O objetivo, conforme a documentação que está com o Ministério Público, é deixar de ser só fornecedor do entorpecente para fechar o ciclo do comércio, principalmente de maconha, cocaína e crack.
De 2006 a 2011, as polícias Federal e Civil já tinham constatado a presença de membros da facção em 16 Estados, além de contatos com traficantes da Bolívia e do Paraguai.
A ideia dos criminosos é ampliar sua atuação. Além de atacadista querem ser varejista, comprando pontos de venda e distribuição, que eles chamam de "FM's", ou da "família" dos criminosos do PCC.
Diz um trecho do relatório: "FM's: estamos carecas de saber que é um dos melhores investimentos, é um lucro enorme e duradouro, queremos, na medida do possível, comprar mais lojas de porte médio e grande e só favelas, mas se hoje estamos em todo o território nacional, devemos expandir nossas lojas a estas regiões também, como uma teia de aranha [sic]".
Os documentos aos quais a Folha teve acesso foram obtidos em três operações policiais na região metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista.
Nesta semana, dois irmãos gêmeos foram detidos na favela de Paraisópolis (na zona oeste) com uma mala com dezenas de documentos elaborados por membros do PCC.
Nessa papelada, também havia informações sobre a expansão para outros Estados, conforme a reportagem apurou com policiais.
COMPRA EM SP
A compra de bocas de fumo em favelas também acontece em São Paulo. No mês passado, a polícia descobriu que um traficante foi assassinado em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, porque se recusou a vender seu ponto.
Dois dias após a morte do traficante, integrantes de sua quadrilha foram assassinados.
Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfiz, a atuação do PCC na venda das drogas para os usuários deve aumentar o índice de homicídios em várias regiões do país.
"Quando ele atua no atacado, não se preocupa em cobrar dívidas. Quando parte para o varejo, ele trata direto com os usuários. É aí que está o problema. Uma cobrança de um débito pode resultar em mortes e outros crimes."
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