A aprovação da proposta de reforma do ensino médio pela Câmara dos Deputados na semana passada representa um passo importante para enfrentar o desinteresse dos jovens brasileiros pela escola.
Um dos principais pontos da medida provisória apresentada pelo governo, que ainda precisa passar pelo Senado, é oferecer aos alunos maior autonomia na escolha dos temas em que desejam se aprofundar.
Pelo texto, 60% do currículo deve ser comum a todos, enquanto 40% dependerão da preferência individual por áreas específicas do conhecimento. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha com estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio, a maior flexibilidade vai ao encontro dos anseios dos jovens.
A medida é vista como boa ou ótima por 58% deles. Por outro lado, apenas 40% dos pais, também ouvidos no levantamento, pensam da mesma forma. A atitude cautelosa talvez reflita insegurança em relação à maturidade dos estudantes para decidir sobre o próprio futuro.
A escolha, de fato, será precoce para alguns. Preservar a atual estrutura do ensino médio, todavia, trará ainda mais prejuízos nessa etapa da educação formal. Pesquisas recentes apontaram que, estagnados em patamares muito baixos de desempenho, os adolescentes se distanciam das escolas.
Em 2012, 79% dos jovens brasileiros de 15 anos afirmaram não ter faltado um dia letivo nas duas semanas anteriores ao Pisa, exame realizado pela OCDE (organização de países desenvolvidos). Esse número caiu para 52% no ano passado.
Parte do problema resulta de uma combinação nada atraente do ensino médio brasileiro -formato engessado e conteúdo enciclopédico. A reforma proposta pelo governo federal só terá êxito se conseguir alterar essa base defasada.
Embora os deputados tenham reintroduzido como obrigatório o ensino de filosofia, sociologia, artes e educação física -disciplinas que a medida provisória antes tornava optativas-, deixaram uma margem para que as escolas ministrem essas aulas de forma combinada a outras áreas.
Parece ser uma boa solução, ao reconhecer o caráter interdisciplinar de muitos campos de estudo e atender a demanda dos jovens que protestaram contra a eliminação dessas matérias.
Tudo indica que não haverá obstáculos para aprovar a reforma também no Senado. Ainda assim, restarão os desafios de definir a base comum para a parte fixa do currículo -ainda em discussão pelo governo- e garantir que todos os Estados e municípios terão, na prática, as condições de oferecer aos alunos a flexibilidade prometida pela nova legislação.
Um dos principais pontos da medida provisória apresentada pelo governo, que ainda precisa passar pelo Senado, é oferecer aos alunos maior autonomia na escolha dos temas em que desejam se aprofundar.
Pelo texto, 60% do currículo deve ser comum a todos, enquanto 40% dependerão da preferência individual por áreas específicas do conhecimento. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha com estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio, a maior flexibilidade vai ao encontro dos anseios dos jovens.
A medida é vista como boa ou ótima por 58% deles. Por outro lado, apenas 40% dos pais, também ouvidos no levantamento, pensam da mesma forma. A atitude cautelosa talvez reflita insegurança em relação à maturidade dos estudantes para decidir sobre o próprio futuro.
A escolha, de fato, será precoce para alguns. Preservar a atual estrutura do ensino médio, todavia, trará ainda mais prejuízos nessa etapa da educação formal. Pesquisas recentes apontaram que, estagnados em patamares muito baixos de desempenho, os adolescentes se distanciam das escolas.
Em 2012, 79% dos jovens brasileiros de 15 anos afirmaram não ter faltado um dia letivo nas duas semanas anteriores ao Pisa, exame realizado pela OCDE (organização de países desenvolvidos). Esse número caiu para 52% no ano passado.
Parte do problema resulta de uma combinação nada atraente do ensino médio brasileiro -formato engessado e conteúdo enciclopédico. A reforma proposta pelo governo federal só terá êxito se conseguir alterar essa base defasada.
Embora os deputados tenham reintroduzido como obrigatório o ensino de filosofia, sociologia, artes e educação física -disciplinas que a medida provisória antes tornava optativas-, deixaram uma margem para que as escolas ministrem essas aulas de forma combinada a outras áreas.
Parece ser uma boa solução, ao reconhecer o caráter interdisciplinar de muitos campos de estudo e atender a demanda dos jovens que protestaram contra a eliminação dessas matérias.
Tudo indica que não haverá obstáculos para aprovar a reforma também no Senado. Ainda assim, restarão os desafios de definir a base comum para a parte fixa do currículo -ainda em discussão pelo governo- e garantir que todos os Estados e municípios terão, na prática, as condições de oferecer aos alunos a flexibilidade prometida pela nova legislação.
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