EDITORIAL
09/12/2016 ,Folha de S.Paulo
O Brasil tem feito esforços na área educacional que não se traduzem em melhoria da qualidade do ensino médio e, por consequência, da aprendizagem dos jovens.
A mais recente evidência dessa defasagem foi expressa pelos resultados de 2015 do Pisa, exame aplicado a cada três anos pela OCDE (organização que reúne países desenvolvidos e alguns emergentes), divulgados nesta semana.
O desempenho dos estudantes brasileiros de 15 anos em leitura, ciências e matemática —as três áreas avaliadas— não progrediu. Mais grave ainda, o Brasil ficou estagnado em um patamar de desempenho educacional muito baixo.
Num universo de 70 países avaliados, estamos entre os dez piores em matemática e ciências. Em leitura, na 59ª posição.
O rendimento medíocre ocorreu a despeito de um aumento do gasto por aluno de 6 a 15 anos, que representava 32% da média da OCDE em 2012 e, no ano passado, atingiu 42%.
Há quem argumente que um dos grandes problemas do Brasil ainda é o investimento relativamente baixo por estudante, em comparação ao realizado por países ricos.
No quadro de grave recessão em que o país se encontra, seria ilusório imaginar aportes vultosos em educação e mesmo em outras áreas essenciais, como saúde e infraestrutura. Pode-se avançar muito, todavia, na eficiência dos investimentos.
Uma comparação com o Chile evidencia essa constatação. O país vizinho tem um gasto por aluno muito próximo ao brasileiro (equivalente a 44% da média da OCDE). Seus alunos de 15 anos, no entanto, estão 19 posições à frente dos nossos no ranking de Pisa de ciências.
Outros países latino-americanos, como México, Colômbia e Uruguai, conseguiram fazer seus estudantes avançarem mais que os brasileiros, gastando menos.
A reforma do ensino médio, em tramitação na Câmara dos Deputados, embora encaminhada de maneira discutível, é um passo na direção correta, bem como a Base Nacional Comum Curricular, que deixa claros os objetivos e conhecimentos a serem alcançados a cada etapa.
Falta ainda ao país tomar outras medidas que promovam o aprimoramento dos professores. Além de investir em reciclagem e continuar a valorizar a remuneração (cuja média se elevou, mas ainda não é a ideal), é preciso implementar um sistema de incentivos. Atingir metas de desempenho estabelecidas e avançar no aperfeiçoamento profissional são méritos que devem ser reconhecidos e premiados.
A mais recente evidência dessa defasagem foi expressa pelos resultados de 2015 do Pisa, exame aplicado a cada três anos pela OCDE (organização que reúne países desenvolvidos e alguns emergentes), divulgados nesta semana.
O desempenho dos estudantes brasileiros de 15 anos em leitura, ciências e matemática —as três áreas avaliadas— não progrediu. Mais grave ainda, o Brasil ficou estagnado em um patamar de desempenho educacional muito baixo.
Num universo de 70 países avaliados, estamos entre os dez piores em matemática e ciências. Em leitura, na 59ª posição.
O rendimento medíocre ocorreu a despeito de um aumento do gasto por aluno de 6 a 15 anos, que representava 32% da média da OCDE em 2012 e, no ano passado, atingiu 42%.
Há quem argumente que um dos grandes problemas do Brasil ainda é o investimento relativamente baixo por estudante, em comparação ao realizado por países ricos.
No quadro de grave recessão em que o país se encontra, seria ilusório imaginar aportes vultosos em educação e mesmo em outras áreas essenciais, como saúde e infraestrutura. Pode-se avançar muito, todavia, na eficiência dos investimentos.
Uma comparação com o Chile evidencia essa constatação. O país vizinho tem um gasto por aluno muito próximo ao brasileiro (equivalente a 44% da média da OCDE). Seus alunos de 15 anos, no entanto, estão 19 posições à frente dos nossos no ranking de Pisa de ciências.
Outros países latino-americanos, como México, Colômbia e Uruguai, conseguiram fazer seus estudantes avançarem mais que os brasileiros, gastando menos.
A reforma do ensino médio, em tramitação na Câmara dos Deputados, embora encaminhada de maneira discutível, é um passo na direção correta, bem como a Base Nacional Comum Curricular, que deixa claros os objetivos e conhecimentos a serem alcançados a cada etapa.
Falta ainda ao país tomar outras medidas que promovam o aprimoramento dos professores. Além de investir em reciclagem e continuar a valorizar a remuneração (cuja média se elevou, mas ainda não é a ideal), é preciso implementar um sistema de incentivos. Atingir metas de desempenho estabelecidas e avançar no aperfeiçoamento profissional são méritos que devem ser reconhecidos e premiados.
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