Banco Mundial analisa fundo para o ensino
Ele ajudaria países pobres a aumentar investimentos na área
Regiane de Oliveira
Discutir educação passa essencialmente por falar sobre investimento.
Dados da Unesco mostram que os recursos para educação básica estagnaram pela primeira vez desde 2000, em US$ 4,7 bilhões em 2008, por causa da crise mundial. Pelas estatísticas da entidade, cerca de 69 milhões de crianças estavam fora da escola primária em 2007; e quase o mesmo número de adolescentes, do ensino secundário. Menos de 40% dos países dão chances iguais para escolarização de meninas e existem cerca de 800 milhões de adultos analfabetos em no mundo, sendo dois terços mulheres.
Na África subsaariana,quase 12 milhões de meninas nunca foram à escola. Presente na Cúpula Mundial de Inovação para a Educação (Wise, na sigla em inglês) que ocorreu em Doha, no Catar, na semana passada, a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, afirma que, de 2002 para 2008, a educação não recebeu o posto merecido de instrumento para o desenvolvimento de economias locais.
E, por isso, existe um gargalo entre os compromissos assumidos em promover a educação e as verbas para a área. Esta diferença, diz Irina, ameaça o cumprimento da meta do milênio, que é universalizar a educação básica.
O programa da ONU para acelerar o aprendizado em diversos países está praticamente sem recursos.
E,mesmo se os países em desenvolvimento aumentassem os investimentos por conta própria, a Unesco calcula que, ainda assim, faltariam US$ 16 bilhões anuais para os países mais pobres.
"Estão em análise inúmeros instrumentos de como aumentar os recursos. Por exemplo, taxar em 0,005% as transações entre as quatro principais moedas e gerar US$ 30 bilhões ao ano", diz Irina.
Empresas Outra possibilidade é a criação de títulos de crédito voltados à educação.
"Investir em educação é um ótimo modo de ter retorno individual, familiar, para os negócios e, principalmente, para os países", disse Steen Lau Jorgensen, diretor do Banco Mundial para desenvolvimento humano no Oriente Médio e Norte da África, durante o encontro no Qatar.
Para ele, cabe aos governos fazer estes aportes, porém a iniciativa privada pode ajudar. "As empresas investem na compra de créditos de carbono, pagando aos outros para não liberar gases do efeito estufa. Por que não investir em créditos de educação? Por que é mais factível investir e mar limpo do que em educação?", diz o executivo.
"Podemos criar um fundo global, que permita aos compradores não pagar impostos sobre o rendimento e repassar, pelo menor custo, empréstimos às nações dispostas a aplicá-los no ensino".
Jorgensen acredita que é possível criar novas modalidades de investimento para ampliar os recursos destinados à educação. O executivo acredita que títulos globais, que poderiam ter como lastro garantias dos próprios governos locais, como os títulos públicos, possam ser um grande atrativo. "Podemos usar o modelo americano de títulos municipais, por exemplo, no qual os juros são isentos de taxas, diminuindo o custo de operação." *viajou a convite da Wise
---------------------------------
As empresas investem na compra de créditos de carbono, pagando aos outros para não liberarem gases do efeito estufa. Por que não investir em créditos de educação? Por que é mais factível investir em ar limpo do que em educação? Steen Lau Jorgensen, diretor do Banco Mundial para desenvolvimento humano no Oriente Médio e Norte da África
Discutir educação passa essencialmente por falar sobre investimento.
Dados da Unesco mostram que os recursos para educação básica estagnaram pela primeira vez desde 2000, em US$ 4,7 bilhões em 2008, por causa da crise mundial. Pelas estatísticas da entidade, cerca de 69 milhões de crianças estavam fora da escola primária em 2007; e quase o mesmo número de adolescentes, do ensino secundário. Menos de 40% dos países dão chances iguais para escolarização de meninas e existem cerca de 800 milhões de adultos analfabetos em no mundo, sendo dois terços mulheres.
Na África subsaariana,quase 12 milhões de meninas nunca foram à escola. Presente na Cúpula Mundial de Inovação para a Educação (Wise, na sigla em inglês) que ocorreu em Doha, no Catar, na semana passada, a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, afirma que, de 2002 para 2008, a educação não recebeu o posto merecido de instrumento para o desenvolvimento de economias locais.
E, por isso, existe um gargalo entre os compromissos assumidos em promover a educação e as verbas para a área. Esta diferença, diz Irina, ameaça o cumprimento da meta do milênio, que é universalizar a educação básica.
O programa da ONU para acelerar o aprendizado em diversos países está praticamente sem recursos.
E,mesmo se os países em desenvolvimento aumentassem os investimentos por conta própria, a Unesco calcula que, ainda assim, faltariam US$ 16 bilhões anuais para os países mais pobres.
"Estão em análise inúmeros instrumentos de como aumentar os recursos. Por exemplo, taxar em 0,005% as transações entre as quatro principais moedas e gerar US$ 30 bilhões ao ano", diz Irina.
Empresas Outra possibilidade é a criação de títulos de crédito voltados à educação.
"Investir em educação é um ótimo modo de ter retorno individual, familiar, para os negócios e, principalmente, para os países", disse Steen Lau Jorgensen, diretor do Banco Mundial para desenvolvimento humano no Oriente Médio e Norte da África, durante o encontro no Qatar.
Para ele, cabe aos governos fazer estes aportes, porém a iniciativa privada pode ajudar. "As empresas investem na compra de créditos de carbono, pagando aos outros para não liberar gases do efeito estufa. Por que não investir em créditos de educação? Por que é mais factível investir e mar limpo do que em educação?", diz o executivo.
"Podemos criar um fundo global, que permita aos compradores não pagar impostos sobre o rendimento e repassar, pelo menor custo, empréstimos às nações dispostas a aplicá-los no ensino".
Jorgensen acredita que é possível criar novas modalidades de investimento para ampliar os recursos destinados à educação. O executivo acredita que títulos globais, que poderiam ter como lastro garantias dos próprios governos locais, como os títulos públicos, possam ser um grande atrativo. "Podemos usar o modelo americano de títulos municipais, por exemplo, no qual os juros são isentos de taxas, diminuindo o custo de operação." *viajou a convite da Wise
---------------------------------
As empresas investem na compra de créditos de carbono, pagando aos outros para não liberarem gases do efeito estufa. Por que não investir em créditos de educação? Por que é mais factível investir em ar limpo do que em educação? Steen Lau Jorgensen, diretor do Banco Mundial para desenvolvimento humano no Oriente Médio e Norte da África
Nenhum comentário:
Postar um comentário