10 de dezembro de 2010

Rosiska de Oliveira

Estudo revela situação crítica do ensino médio

Rio Como Vamos lança sistema de indicadores da cidade, em áreas como educação, saúde, segurança e transporte
A situação crítica do ensino médio na rede pública do Rio se reflete no alto índice de evasão escolar. A avaliação faz parte da edição 2010 do Sistema de Indicadores da Cidade, lançado ontem pelo movimento Rio Como Vamos. Com cerca de 90 indicadores nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, segurança, trabalho, transporte e assistência social, o trabalho traça um raio X do Rio de Janeiro em questões fundamentais para a qualidade de vida dos moradores.

? São dados alarmantes que mostram a distorção de idade no ensino médio (ou seja, o percentual de alunos com dois anos ou mais além da idade ideal nas séries do ensino médio). Na Cidade do Deus, por exemplo, é de 92%; e no Complexo do Alemão, de 86% ? disse a presidente-executiva do Rio Como Vamos, Rosiska Darcy de Oliveira.

A distorção de idade no ensino médio e o grande índice de reprovação acabam fazendo com que o aluno desista de estudar.

Para Rosiska Darcy, mesmo que a reprovação faça com que alguns desistam, é importante que ela seja mantida. Segundo ela, o fato de a aprovação automática ter acabado no ensino fundamental fez com que esse segmento apresentasse melhoras.

Na avaliação, alguns dos dados de maior impacto revelados pelo sistema de indicadores do Rio Como Vamos mostraram que a educação será o grande desafio do segundo mandato do governador Sérgio Cabral.

Uma das novidades na edição 2010 do Sistema de Indicadores da Cidade, o mapa-síntese traça o índice geral das condições das Regiões Administrativas (RAs) e revela quais são as regiões de alta prioridade para atenção de políticas públicas. São elas: Complexo do Alemão, Inhaúma, Pavuna, Vigário Geral, Cidade de Deus, Anchieta, Bangu, Santa Cruz, Zona Portuária, Ramos, Santa Teresa, São Cristóvão e Rio Comprido.

Os dados divulgados pelo Rio Como Vamos se referem à série histórica de 2006 a 2009 e acompanham a evolução da qualidade de vida e da garantia de direitos da população. O trabalho é elaborado a partir de dados fornecidos pelas secretarias municipais e estaduais; pelo sistema DataSUS, do Ministério da Saúde; pelo Censo Escolar do MEC; pelo Instituto de Segurança Pública (ISP); e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, entre outros órgãos oficiais.

Entre os indicadores que apresentaram melhora, Rosiska destaca o das mortes no trânsito. Segundo a presidente do Rio Como Vamos, a Lei Seca ajudou a reduzir esse número. A Barra da Tijuca, por exemplo, que em 2007 apresentou um índice de mortes em acidentes de 28 por cem mil habitantes, registrou 26,70 por cem mil em 2009. Outro indicador que apresentou melhora foi o da saúde. De acordo com Rosiska Darcy, o estudo revelou um aumento da cobertura pelo Programa Saúde da Família.

Na comparação com a média do município, Bangu foi o bairro que apresentou o pior conjunto (seis) de indicadores da cidade; Botafogo registrou um dos melhores. A mortalidade infantil em Bangu, por exemplo, é de 18,35 por mil habitantes, enquanto a média do Rio é de 13,56. Em Botafogo, o índice é 5,07.

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