28 de maio de 2011
O Povo | Opinião | CE
Os movimentos pela cultura de paz se sucedem em todo o mundo. Em 2000 festejamos o Ano Internacional da Cultura de Paz com grande mobilização mundial, a partir de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). Em seguida, ingressamos no século 21 com muita disposição para instaurar a paz entre os homens. Igualmente por obra ONU, vivemos a Década Internacional para a Cultura de Paz e Não Violência para com as Crianças do Mundo, de 2001 a 2010.
Segundo a Unesco, organismo da ONU responsável pela promoção da Década para a Cultura de Paz, mais de 75 milhões de pessoas e milhares de organizações representando mais de 160 países abraçaram a causa. Finda a década, as iniciativas pró cultura da paz devem continuar com mais força ainda.
A violência não é prerrogativa do século passado. Tampouco é deste. Ela sempre existiu. Mas, agora, temos conhecimento dela a qualquer momento, em qualquer lugar. A diferença está na comunicação e em seus fantásticos atributos: velocidade, abrangência e bipolaridade. Ora a comunicação aproxima, ora afasta as pessoas, os povos, as nações. E nós, rapidamente, uma vez somos espectadores, outra vez, protagonistas da história.
Para os anos vindouros, oito metas definidas pelos movimentos internacionais permanecem desafiadoras: cultura de paz através da educação; economia sustentável e desenvolvimento social; compromisso com todos os direitos humanos; equidade entre gêneros; participação democrática; compreensão, tolerância e solidariedade; comunicação participativa e livre de fluxo de informações e Conhecimento; Paz e Segurança Internacional.
As metas propostas para a manutenção da cultura da paz dependem essencialmente da comunicação em todas as suas formas e manifestações, para que o equilíbrio prevaleça à desigualdade. Não há mais condição de convívio harmônico com a natureza e os demais seres humanos, se não fizermos da comunicação o grande diferencial para educar, criar, participar e renovar nosso papel na sociedade. Através do bom senso, do diálogo e do respeito, podemos ampliar o entendimento e a tolerância.
A tarefa não é fácil, mas vale a pena tentar. Não precisamos de decretos, nem de formalidades para melhorar as relações do homem com o planeta e os demais habitantes da Terra. Esses eventos existem e são fundamentais para avivar o compromisso de todos com o bem mais importante para todos, que é a vida.
A comunicação está para a paz assim como o ar está para nós. Precisamos aprender a usá-la. Para isso, nossa casa é o primeiro e o melhor campo de provas. É nela que convivemos com opiniões, atitudes, desejos, dores, alegrias, expectativas, aflições. É nela que sentimentos e comportamentos evidenciam o quanto somos todos diferentes. Em nome da paz, é lá que está o mais significativo dos testes.
Lucila Cano
lcano@terra.com.br
Jornalista e colunista do O POVO
As metas propostas para a manutenção da cultura da paz dependem essencialmente da comunicação
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