26 de maio de 2011
Folha de S. Paulo | Poder | BR
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
Entidades que defendem os direitos dos homossexuais reagiram com "perplexidade", "consternação" e "indignação" à decisão do governo de suspender a distribuição de vídeos contra a homofobia nas escolas.
Em nota, a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que reúne 237 organizações, e as associações de lésbicas, transexuais e travestis dizem que a ação macula a imagem internacional do país sobre direitos humanos e fere o Estado laico.
Em referência velada ao fato de a decisão do governo ser uma reação à possível convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para depor no Congresso sobre a evolução de seu patrimônio e negócios de sua empresa, o documento diz ainda que os direitos humanos não podem ser "moeda de troca" nas negociações políticas.
O texto também critica a ascendência da bancada religiosa sobre o governo. "Um princípio básico do Estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional", diz o texto.
Para Julio Moreira, do Grupo Arco-Íris, a retirada deveria ser precedida de maior debate. "É um tremendo retrocesso para as políticas públicas o projeto ser usado como moeda de troca com setores mais conservadores", diz.
A entidade planeja um protesto para o fim de semana no posto 9, em Ipanema, no Rio.
A socióloga Miriam Abramovay, pesquisadora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais também viu como um retrocesso o recuo do governo e afirma ser um erro pensar que vídeos podem incentivar jovens a se tornarem homossexuais. (ANGELA PINHO e RICARDO GALLO) |
Entidades que defendem os direitos dos homossexuais reagiram com "perplexidade", "consternação" e "indignação" à decisão do governo de suspender a distribuição de vídeos contra a homofobia nas escolas.
Em nota, a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que reúne 237 organizações, e as associações de lésbicas, transexuais e travestis dizem que a ação macula a imagem internacional do país sobre direitos humanos e fere o Estado laico.
Em referência velada ao fato de a decisão do governo ser uma reação à possível convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para depor no Congresso sobre a evolução de seu patrimônio e negócios de sua empresa, o documento diz ainda que os direitos humanos não podem ser "moeda de troca" nas negociações políticas.
O texto também critica a ascendência da bancada religiosa sobre o governo. "Um princípio básico do Estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional", diz o texto.
Para Julio Moreira, do Grupo Arco-Íris, a retirada deveria ser precedida de maior debate. "É um tremendo retrocesso para as políticas públicas o projeto ser usado como moeda de troca com setores mais conservadores", diz.
A entidade planeja um protesto para o fim de semana no posto 9, em Ipanema, no Rio.
A socióloga Miriam Abramovay, pesquisadora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais também viu como um retrocesso o recuo do governo e afirma ser um erro pensar que vídeos podem incentivar jovens a se tornarem homossexuais. (ANGELA PINHO e RICARDO GALLO) |
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