27 de julho de 2011

Debate sobre teclar ou escrever à mão chega às escolas brasileiras


O lápis perdeu espaço para o teclado. Será que está perto o dia em que as crianças vão substituir definitivamente o verbo “escrever” por “teclar”?

Uma discussão chegou ao Brasil. Nos Estados Unidos, vai deixar de ser obrigatório ensinar a escrever com letra de mão – é a letra cursiva. O lápis perdeu espaço para o teclado. Será que está perto o dia em que as crianças vão substituir definitivamente o verbo “escrever” por “teclar”?
Símbolos, desenhos e letras, sempre de próprio punho. São eles que nos contam sobre civilizações e revelam o homem de milênios. Outros tempos o nosso: tecnologia, telas, teclados e textos impressos.
No estado de Indiana, nos Estados Unidos, o ensino da letra cursiva nas escolas agora é opcional. Ninguém vai ser obrigado a aprender a escrever com as vogais e consoantes unidas umas às outras até formarem palavras. Em sala de aula, entram os computadores. Cá entre nós, os cadernos ainda estão sobre as carteiras, mas letra cursiva parece mesmo com os dias contados.
“Nesse caso, realmente por uma uma dificuldade com a minha própria letra cursiva, para ficar mais fácil para compreensão Dops alunos eu uso a letra de forma”, explica o professor Adolfo Sá, que reconhece a importância da escrita cursiva. “O uso da letra cursiva é adequado no controle motor da criança e em todas as habilidades que ela vai precisar no decorrer da vida dela”, completa.
Entre os alunos, as letras variam. “Normalmente para escrita pessoal, eu faço a cursiva, mas para trabalhos e mesmo na parte escolar eu faço a letra de forma”, conta a estudante Priscila Cardoso.
O sociólogo e professor Simon Schwartzman tem 72 anos de idade, há 62 escrevendo em teclados – da antiga máquina de escrever aos modernos computadores. “Eu tinha uma dificuldade de escrever manualmente, uma dificuldade que eu não conseguia escrever direito. Hoje em dia as pessoas que têm esta limitação têm muito mais facilidade”, confessa.
O quarto do estudante Rodrigo Tamussino Roll não deixa dúvida: ele é da geração digital. São fios por toda parte. Na bancada de estudos há de tudo, menos caneta e lápis. Os cadernos ficam mais para o canto. Quando abertos pode-se ver a letra.
“Para fazer uma letra bonita, eu tenho que me esforçar e fazer muita força no dedo. Tem que fazer com calma e tal. No teclado, não tem erro”, explica o estudante.
A mãe de Rodrigo, Tatiana Tamussino Ferreira, sempre atenta, defende a letra cursiva. “Acaba não aprendendo o português, porque você fica tão automático naquela correção do texto, que é feita pelo computador e pelo dicionário, que você acaba não aprendendo”, argumenta.
“Hoje em dia no Brasil, você não pode acabar com a letra cursiva, porque você não tem na mão de todo o mundo os instrumentos digitais. Se um dia você tiver, a coisa pode se colocar de outra maneira”, afirma o sociólogo Simon Schwartzman.

G1

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