24 de julho de 2011 Educação no Brasil | Diário de Cuiabá | MT GUILHERME BLATT Da Reportagem A morte do estudante Gustavo Pacheco da Silva, 16 anos, assassinado com cinco tiros dentro da escola estadual Cesário Neto, levanta a questão sobre a segurança dentro dos colégios em Mato Grosso. A morte foi em decorrência um acerto de contas entre gangues, e o fato de ela ter ocorrido dentro de um colégio pode ser apenas uma coincidência. No entanto, outras ocorrências vêm sendo registradas dentro das escolas do Estado. Neste mês, outro jovem, de 22 anos, foi assassinado em frente ao colégio Filogônio Corrêa no bairro Campo Velho, em Várzea Grande. Nesta ocasião, um adolescente de 14 anos também foi baleado e ficou ferido. No mês de abril, um estudante de 13 anos foi detido com uma arma dentro da escola estadual Rodolfo Augusto Tchara Curva, no Residencial Paiáguas. Também são registrados inúmeros casos de furto de equipamentos nas escolas. Apenas no mês de julho foram mais de 10 arrombamentos em colégios da capital. O Ezequiel Pompeu Ribeiro, no bairro Araés, foi assaltado duas vezes nesse período. Os ladrões levaram computadores e televisões. No caso da escola Constança Palma de Arruda, no Jardim Fortaleza, foram furtados até 30 kg de carne que estavam no freezer. O diretor da subsede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública (Sintep) em Cuiabá, Gilson Romeu da Cunha, diz que a situação dos professores é difícil. A segurança não existe. A violência está no cotidiano dos professores. Nós somos uma categoria doente, 60% dos professores têm problema de saúde em decorrência do estresse . Ele afirma que freqüentemente os professores sofrem ameaças, são desacatados e enfrentam problemas com alunos viciados em drogas. Os docentes também sofrem com crimes contra o patrimônio. Muitos professores têm seus carros riscados, por vingança de alunos que não concordam com uma nota baixa . Porém, Gilson acredita que o problema não é apenas das escolas. Eu penso que a violência é quase endêmica no Brasil. A violência que se enfrenta nos colégios, é a mesma que se enfrenta nas ruas . A secretária de Educação de Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida, concorda com esta avaliação. Ela diz que no caso do estudante assassinado no Cesário Neto, ocorreu uma falha coletiva. Ele era um menino que cresceu sem estrutura familiar, entrou e saiu de diversos colégios, não criou vínculos e foi para as ruas. A segurança só vai ocorrer quando todo mundo estiver conscientizado do seu papel . A secretária também explica que o colégio é um lugar fechado que junta muitos jovens, e isso pode potencializar a formação de gangues. Tanto o sindicalista, quanto a secretária, concordam que a solução não está apenas na repressão. Um detector de metais na porta do colégio evita que o aluno seja morto lá dentro, mas ele poderia morrer do lado de fora , diz Rosa Neide. |
24 de julho de 2011
Violência: rotina em muitas escolas
Postado por
jorge werthein
às
09:27
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