05 de outubro de 2011
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | Cotidiano | BR
Fernando Haddad afirma que calendário de feriados impede aumento de dias letivos de 200 para 220 nas escolas Nova proposta é ampliar a jornada mínima de 4 para 5 horas; para escolas privadas de SP nada muda, diz sindicato
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Depois de defender aumento nos dias letivos, o ministro da Educação disse ontem que essa mudança será difícil e que portanto prefere ampliar a jornada mínima.
Fernando Haddad começou essa discussão há quase um mês, quando propôs ampliar o tempo que o aluno passa na escola. As propostas anunciadas foram aumento de 200 para 220 nos dias letivos ou maior carga horária por dia, mas Haddad se posicionou inicialmente mais favorável à primeira opção.
De acordo com o ministro, porém, o número de feriados dificulta o aumento nos dias letivos. "A tendência agora é aumentarmos o número de horas/aula", afirmou, ao sair de audiência na Comissão de Educação do Senado.
O MEC trabalha com a ideia de ampliar o tempo em sala de quatro para cinco horas diárias. O tema terá de passar por debate para que uma proposta consensual seja enviada ao Congresso Nacional.
A ideia de ampliar o número de dias letivos havia sido criticada por educadores. Dados da OCDE (que reúne países com renda e IDH elevados) mostram que o Brasil já tem mais dias letivos do que muitos países desenvolvidos. Porém, grande parte deles tem jornada integral.
A presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Cleuza Repulho, defende a nova proposta. Com mais horas/aula, será possível garantir 30 dias de férias para os professores e mais os 15 dias de recesso, segundo ela. "É uma mudança positiva, mas não é suficiente", diz a pesquisadora da Fundação Lemann Paula Louzano.
"A proposta começa a apontar para a ideia de fixar o professor na escola e de o aluno ter mais tempo de aprendizado. Mas, enquanto não investirmos na formação dos professores para que o tempo na escola seja produtivo, não é isso que vai melhorar [a educação]", disse.
José Augusto Lourenço, do sindicato das escolas particulares de SP, diz que, no curto prazo, a proposta não deve alterar mensalidades, já que os colégios privados têm jornada mínima de cinco horas.
Colaborou ELTON BEZERRA
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