Seja nos índices de homicídios ou de acidentes de trânsito, a faixa etária entre os 18 e 30 anos concentra os maiores números de morte no país
O Brasil está perdendo uma parcela significativa dos seus jovens para a violência. É o que se pode concluir ao analisar dados sobre a mortalidade no país. O estudo Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo, desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, aponta que a principal causa de morte entre os jovens é, de longe, o homicídio por armas de fogo. A pesquisa mostra que, em 2010, 22.694 vítimas deste tipo de violência estavam na faixa de 15 e 29 anos. O mesmo levantamento indica que os jovens representam 67,1% das vítimas fatais por amas de fogo no país, ou seja, a cada três mortos por tiros no Brasil, dois são jovens.
Para o coordenador da pesquisa Mapas da Violência e da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Julio Jacobo, não há um fator único que seja o determinante da violência, mas é possível indicar o “desenvolvimento inacabado do nosso sistema de benefícios sociais” como um dos principais fatores que justificam os altos índices de homicídio entre os jovens. O pesquisador afirma que uma grande parcela desta população, que possui entre 15 e 29 anos, está carente de apoio familiar e estatal para que possa se desenvolver como cidadão. “Há um setor da sociedade que não estuda, não trabalha e não encontra um modo de inserção”, afirma.
A pesquisa Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil revela que, entre 2002 e 2010, morrem, proporcionalmente, duas vezes e meia mais jovens negros que brancos. Jacobo explica que a vitimização destes jovens no Brasil está relacionada ao fato de negros, na maioria dos casos, pertencerem a grupos familiares com renda equivalente a metade da renda familiar de jovens brancos. “À medida que essa renda diminui, o jovem encontra maiores dificuldades de inserção”, diz.
Um dado surpreendente revelado pela mesma pesquisa aponta que a maioria dos casos de homicídio não ocorre em decorrência do tráfico de drogas ou de assaltos, mas, sim, por motivo fútil. “A maior parte da violência é originada da própria cultura da violência. Do costume de se solucionar o conflito eliminando o próximo, ao invés de estabelecer acordos”, explica Julio. O acesso facilitado a armas de fogo e o alto nível de impunidade do país são fatores que, segundo o coordenador da pesquisa, amparam a cultura da violência. Jacobo acredita que somente com a universalização da educação será possível gerar incorporação social e, com isso, reduzir os índices de homicídios entre os jovens.
Violência no trânsito
No ranking dos principais responsáveis pela mortalidade entre os jovens, quem assume a segunda colocação são os acidentes no trânsito. Um levantamento feito pelo DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), seguro obrigatório para acidentes no trânsito, mostrou que, em 2012, 44% das vítimas cujas famílias receberam indenização por morte tinham entre 18 e 34 anos, e que 53% dos que receberam o seguro por invalidez, também pertenciam a esta faixa etária.
Um dado surpreendente revelado pela mesma pesquisa aponta que a maioria dos casos de homicídio não ocorre em decorrência do tráfico de drogas ou de assaltos, mas, sim, por motivo fútil. “A maior parte da violência é originada da própria cultura da violência. Do costume de se solucionar o conflito eliminando o próximo, ao invés de estabelecer acordos”, explica Julio. O acesso facilitado a armas de fogo e o alto nível de impunidade do país são fatores que, segundo o coordenador da pesquisa, amparam a cultura da violência. Jacobo acredita que somente com a universalização da educação será possível gerar incorporação social e, com isso, reduzir os índices de homicídios entre os jovens.
Violência no trânsito
No ranking dos principais responsáveis pela mortalidade entre os jovens, quem assume a segunda colocação são os acidentes no trânsito. Um levantamento feito pelo DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), seguro obrigatório para acidentes no trânsito, mostrou que, em 2012, 44% das vítimas cujas famílias receberam indenização por morte tinham entre 18 e 34 anos, e que 53% dos que receberam o seguro por invalidez, também pertenciam a esta faixa etária.
O coordenador da Associação Brasileira de Educação de Trânsito (Abetran) e autor do livro "Motorista Brasileiro", Marccelo Pereyra, acredita que a inexperiência e a falta de habilitação para dirigir justificam, em parte, os índices de acidentes de trânsito nesta faixa mais afetada. Segundo ele, existe, ainda, uma grande parcela de jovens interessados em adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que, infelizmente, recorrem a tramitações ilegais, aumentando os riscos no trânsito. “É preciso considerar que mesmo adquirindo uma carteira de forma legal, o jovem não esta 100% apto para direção. O preparo técnico é contínuo. A carteira não eleva ninguém à condição de motorista completamente habilitado”, afirma o coordenador da Abetran.
A irresponsabilidade no trânsito, caracterizada, por exemplo, pelo consumo de drogas, descumprimento de regras e desrespeito ao próximo, é, para Pereyra, outro fator responsável pelos citados índices de acidentes entre os jovens. O autor do livro "Motorista Brasileiro" acrescenta, ainda, que a imprudência no trânsito gera reações violentas que podem, também, resultar em fatalidades. “Acredito que em resposta à condição de vulnerabilidade, em que não se pode confiar na conduta do próximo, o cidadão está se tornando cada vez mais violento no trânsito. E essa violência ocorre até seu último grau”, explica.
Para contornar estes índices, o coordenador da Abetran defende o desenvolvimento de ações continuadas de educação no trânsito associadas à fiscalização eficiente. “O dia em que conseguirmos integrar a fiscalização e as campanhas educativas, teremos respostas satisfatórias”, garante.
A irresponsabilidade no trânsito, caracterizada, por exemplo, pelo consumo de drogas, descumprimento de regras e desrespeito ao próximo, é, para Pereyra, outro fator responsável pelos citados índices de acidentes entre os jovens. O autor do livro "Motorista Brasileiro" acrescenta, ainda, que a imprudência no trânsito gera reações violentas que podem, também, resultar em fatalidades. “Acredito que em resposta à condição de vulnerabilidade, em que não se pode confiar na conduta do próximo, o cidadão está se tornando cada vez mais violento no trânsito. E essa violência ocorre até seu último grau”, explica.
Para contornar estes índices, o coordenador da Abetran defende o desenvolvimento de ações continuadas de educação no trânsito associadas à fiscalização eficiente. “O dia em que conseguirmos integrar a fiscalização e as campanhas educativas, teremos respostas satisfatórias”, garante.
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