18 de julho de 2011

Em colégios particulares, novas tecnologias fazem parte da aula


18 de julho de 2011
Educação no Brasil | Brasil Econômico 



Benefícios fiscais pretendem atrair produção detablets parao país, barateando o preço final do equipamento

Alunos de todas as faixas etárias têm dispositivos eletrônicos como complemento educacional. Mas, além do custo dos equipamentos, a preocupação de adaptar material didático para novas mídias impede uso intensivo

Priscilla Arroyo

Enquanto as escolas públicas devem esperar até 2014 para ter os primeiros tablets dentro das salas de aula, nos colégios particulares, a migração tecnológica já começou e abrange alunos de todas as idades. A preocupação recorrente é não restringir o computador a objeto da moda. Ele tem que ser protagonista de um novo modelo pedagógico.
Os alunos de 4 a 15 anos do Colégio Visconde de Porto Seguro, um dos mais tradicionais da capital paulista, depois das férias de julho, poderão usar a nova ferramenta. As disciplinas de língua portuguesa, física e ciências foram escolhidas para testar a novidade. A direção investiu cerca de R$ 600 mil para disponibilizar 150 tablets para uso dos alunos e 90 notebooks para os professores. A previsão é de que mais aparelhos sejam adquiridos no próximo semestre. Renata Guimarães Pastore, diretora de Tecnologia da Educação do colégio, afirma que a novidade ainda não está na mão das crianças porque existe a preocupação de primeiro preparar os professores, que estão em treinamento desde maio. "Precisamos avaliar a aplicação didática da tecnologia antes de levá-la para a sala de aula", diz Renata.
No próximo semestre, os tablets devem ajudar na alfabetização das crianças, que terão um material didático exclusivo, desenvolvido por profissionais contratados para isso. "Existe uma carência de aplicativos pedagógicos, principalmente em português", diz ? Tecnologia vai permitir a mudança de uma escola de massa, produto da Revolução Industrial, para uma escola cujo ensino é individualizado. ? A migração para tablet promete mudar os formatos de aula, pois interatividade, tira o foco do professor, como detentor do conhecimento, e devolve para o aluno, que ganha mais autonomia em seu aprendizado. ? Empresas nacionais, em linha com a demanda do governo, começam a criar produtos para a nova tecnologia. CURRÍCULO Enquanto as escolas públicas devem esperar até 2014 para ter os primeiros tablets dentro das salas de aula, nos colégios particulares, a migração tecnológica já começou e abrange alunos de todas as idades. A preocupação recorrente é não restringir o computador a objeto da moda. Ele tem que ser protagonista de um novo modelo pedagógico. Os alunos de 4 a 15 anos do Colégio Visconde de Porto Seguro, um dos mais tradicionais da capital paulista, depois das férias de julho, poderão usar a nova ferramenta. As disciplinas de língua portuguesa, física e ciências foram escolhidas para testar a novidade. A direção investiu cerca de R$ 600 mil para disponibilizar 150 tablets para uso dos alunos e 90 notebooks para os professores. A previsão é de que mais aparelhos sejam adquiridos no próximo semestre. Renata Guimarães Pastore, diretora de Tecnologia da Educação do colégio, afirma que a novidade ainda não está na mão das crianças porque existe a preocupação de primeiro preparar os professores, que estão em treinamento desde maio. ?Precisamos avaliar a aplicação didática da tecnologia antes de levá-la para a sala de aula?, diz Renata. No próximo semestre, os tablets devem ajudar na alfabetização das crianças, que terão um material didático exclusivo, desenvolvido por profissionais contratados para isso. ?Existe uma carência de aplicativos pedagógicos, principalmente em português?, diz Renata, sobre a necessidade de criar conteúdo próprio para as aulas. O Colégio Dante Alighieri, também em São Paulo, começou neste ano um projeto piloto que deixa 50 tablets à disposição dos alunos. A ideia é observar como se dá a interação dos estudantes com o equipamento para depois ampliar a iniciativa. Valdenice Minatel, coordenadora de tecnologia educacional do Dante, diz que o colégio quer acompanhar a evolução tecnológica, mas lembra que é preciso ter cuidado com a transição. ?O desafio é adaptar o material didático para o tablet. O mercado está ansioso, as escolas também, mas precisamos de consciência pedagógica para que a ferramenta não vire mais um penduricalho para as crianças". Sucesso comprovado No Colégio Israelita Brasileiro, de Porto Alegre, os tablets ganharam espaço diante da necessidade de adaptação do mobiliário para que alunos de 4 a 6 anos tivessem aulas diante de um computador pessoal. ?Percebemos que seria mais barato adquirir a nova tecnologia do que reformar os móveis. Então o tablet veio para a sala de aula, complementando um espaço que já era dos alunos?, diz Ana Margarida Chiavaro, coordenadora de educação infantil. A coordenação pedagógica encontrou na nova ferramenta um importante apoio para a alfabetização. ?Reunindo a criatividade do professor com a nova tecnologia, tivemos muitos ganhos. Os tablets motivam os alunos, e os professores conseguem desenvolver diversos conteúdos?, diz Ana. Para ela, as escolas precisam acompanhar a evolução da sociedade. ?A atenção das crianças com a tecnologia redobra. Nós procuramos mesclar o concreto com o digital. Enquanto a professora ensina a grafia das letras, desenhando na areia, por exemplo, os alunos estão com os tablets no colo imitando o traçado?, afirma. Embora a tecnologia encante, os educadores não descartam métodos tradicionais, que incluem caderno, lápis e borracha. ?Estamos caminhando para o digital. Existem mais títulos no impresso ainda, porém, acredito que haverá a inversão desse quadro em pouco tempo, mas não extinção dos livros?, diz Valdenice, do Dante Alighieri. ? Nelson Ching/Bloomberg Em colégios particulares, novas tecnologias fazem parte da aula Por falta de material didático para tablets, colégio paulistano desenvolveu método próprio para alfabetização Alunos de todas as faixas etárias têm dispositivos eletrônicos como complemento educacional. Mas, além do custo dos equipamentos, a preocupação de adaptar material didático para novas mídias impede uso intensivo Priscilla Arroyo parroyo@brasileconomico.com.br Benefícios fiscais pretendem atrair produção de tablets para o país, barateando o preço final do equipamento
Renata, sobre a necessidade de criar conteúdo próprio para as aulas.
O Colégio Dante Alighieri, também em São Paulo, começou neste ano um projeto piloto que deixa 50 tablets à disposição dos alunos. A ideia é observar como se dá a interação dos estudantes com o equipamento para depois ampliar a iniciativa. Valdenice Minatel, coordenadora de tecnologia educacional do Dante, diz que o colégio quer acompanhar a evolução tecnológica, mas lembra que é preciso ter cuidado com a transição. "O desafio é adaptar o material didático para o tablet. O mercado está ansioso, as escolas também, mas precisamos de consciência pedagógica para que a ferramenta não vire mais um penduricalho para as crianças".
Sucesso comprovado No Colégio Israelita Brasileiro, de Porto Alegre, os tablets ganharam espaço diante da necessidade de adaptação do mobiliário para que alunos de 4 a 6 anos tivessem aulas diante de um computador pessoal. "Percebemos que seria mais barato adquirir a nova tecnologia do que reformar os móveis. Então o tablet veio para a sala de aula, complementando um espaço que já era dos alunos", diz Ana Margarida Chiavaro, coordenadora de educação infantil.
A coordenação pedagógica encontrou na nova ferramenta um importante apoio para a alfabetização.
"Reunindo a criatividade do professor com a nova tecnologia, tivemos muitos ganhos.Os tablets motivamos alunos, e os professores conseguem desenvolver diversos conteúdos", diz Ana. Para ela, as escolas precisam acompanhar a evolução da sociedade.
"A atenção das crianças com a tecnologia redobra. Nós procuramos mesclar o concreto com o digital.
Enquanto a professora ensina a grafia das letras, desenhando na areia, por exemplo, os alunos estão com os tablets no colo imitando o traçado", afirma.
Embora a tecnologia encante, os educadores não descartam métodos tradicionais, que incluem caderno, lápis e borracha.
"Estamos caminhando para o digital.
Existem mais títulos no impresso ainda, porém, acredito que haverá a inversão desse quadro em pouco tempo, mas não extinção dos livros", diz Valdenice, do Dante Alighieri.
Currículo
Tecnologia vai permitir a mudança de uma escola de massa, produto da Revolução Industrial, para uma escola cujo ensino é individualizado.
A migração para tablet promete mudar os formatos de aula, pois interatividade, tira o foco do professor, como detentor do conhecimento, e devolve para o aluno, que ganha mais autonomia em seu aprendizado.
Empresas nacionais, em linha com a demanda do governo, começam a criar produtos para a nova tecnologia.
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Por falta de material didático para tablets, colégio paulistano desenvolveu método próprio para alfabetização ---------------------------------

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