13 de julho de 2011

Transparência na escola


Editoriais

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O detalhamento de informações sobre as escolas de ensino fundamental e médio do país é uma valiosa ferramenta para pais, alunos e estudiosos da educação.
Agora, torna-se mais fácil descobrir a média de alunos por turma, a carga horária de aula por dia, as taxas de reprovação e abandono e a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de todas as escolas brasileiras.
Os dados, disponíveis pela primeira vez na internet e tabulados por esta Folha, confirmam o que já se intuía: não existe uma fórmula pronta que garanta bom desempenho dos estudantes.
Entre as primeiras colocadas no Enem, há escolas com quase 50 alunos por turma e outras com menos de 20. Algumas têm menos de cinco horas de aula diárias, e outras, mais de dez. Em certos estabelecimentos bem avaliados a reprovação é zero, mas há aqueles em que a taxa beira 20%.
No entanto, se sozinhos não explicam razões de sucesso e fracasso, os dados ajudam a traçar um perfil mais nuançado das escolas brasileiras. Contribuem, por consequência, para o desenho de soluções dos problemas peculiares a cada uma delas.
Alguns colégios públicos paulistanos chegam a registrar taxas de reprovação acima de 40% no ensino médio. Não importa tanto a nota que obtenham no Enem -fica claro que essas instituições necessitam de atenção e medidas específicas do poder público para tentar resolver a grave deficiência.
Vários estudos mostram que o perfil socioeconômico das famílias é determinante para o desempenho dos alunos, assim como o acesso à pré-escola e o grau de violência ou degradação do bairro onde se encontra o colégio.
A divulgação das novas informações se coaduna com a proposta, em debate no Congresso, de afixar na entrada de todas as escolas públicas do país um painel com seu escore no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, avaliação bienal) e as médias do município e do Estado.
A publicidade maior para estatísticas escolares não será, obviamente, a panaceia para os muitos males do ensino. Mas pode levar a um maior engajamento das famílias e a um sistema mais efetivo de atuação do poder público.

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