19 de dezembro de 2012

Desigualdade cresce em três estados, segundo IBGE



RIO - A desigualdade de renda vem caindo sistematicamente há anos, porém no intervalo de uma década, três estados brasileiros viram a concentração aumentar. Em Amazonas, Roraima e no Distrito Federal, houve uma piora nesse indicador, de acordo com os novos dados do Censo 2010, que o IBGE divulgou nesta quarta-feira. Quando se olha o rendimento de todas as fontes, o Índice de Gini — indicador que mede distribuição de renda e quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade — subiu de 0,592 para 0,598 no Amazonas, de 0,569 para 0,579 em Roraima e de 0,630 pra 0,634 no Distrito Federal, o mais alto entre todas as regiões e o único que ficou acima de 0,6. Na outra ponta, pela primeira vez um estado no Censo apresenta Gini inferior a 0,5. Em Santa Catarina, a concentração diminuiu ainda mais na década e caiu para 0,497. (Veja o gráfico)
Na média brasileira, a concentração caiu 5,9%. A explicação está nos ganhos maiores de renda nas faixas mais baixas. Entre os 10% mais pobres, o crescimento real foi de 29,8%, enquanto entre os 10% que ganham mais, essa elevação ficou em 9,5%. Na segunda pior faixa de renda, o ganho foi de 48,3%.
No mercado de trabalho, a desigualdade diminuiu. O aumento do salário mínimo ajudou a melhorar os rendimentos na parcela inferior da pirâmide de renda. Mesmo com uma redução de 24,6% na renda dos 10% mais pobres, a distribuição melhorou nas faixas seguintes, o que explica a queda no Índice de Gini.
“Esse crescimento real na metade inferior da distribuição foi mais elevado no terceiro segmentos, que subiu 71,4%, e no quarto, que teve aumento de 39,3%”, diz o relatório do IBGE
Numa sociedade desigual, os 10% que ganham mais detiveram 48,8% da renda. Já foi pior, em 2000, ficavam com 51,3%. Os 50% mais pobres ficaram com 15,2% em 2010, contra 12,7% em 2000.
O Globo, 19/12/2012

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