12 de julho de 2011

Era só para mostrar aos outros :armas nas escolas em Salvador


de julho de 2011
Educação no Brasil | O Globo | Megazine | BR

Mário Bittencourt e Helga Cirino » A Tarde SALVADOR
A facilidade de acesso a armas de fogo está diretamente relacionada ao aumento no número de crimes envolvendo menores na Bahia. O estado vive um salto nos índices de violência nos últimos anos. Desde de janeiro de 2006, 407 adolescentes foram apreendidos depois de matar ou tentar matar alguém só em Salvador, uma média de quatro casos por mês. Só em 2010 foram 84, 86% mais que 2006. As apreensões de adolescentes armados não são menos preocupantes: 372, entre 2007 e 2010; este ano, foram 16 até abril.
Há três meses, o garoto X., de 16 anos, foi descoberto com um revólver calibre 32 na Escola Municipal Anésia Guimarães, em Eunápolis, no extremo sul baiano. Tranquilo, ele disse que comprou a arma apenas "para mostrar para os outros".
- Fui a um posto de gasolina, e um caminhoneiro me disse que tinha uma parada para vender. Dei R$300 e comprei, só para mostrar aos outros mesmo, não era para matar ou ferir ninguém - disse X., que, segundo a diretora, Edna Linhares, nunca teve problemas na escola.
Esse não foi o primeiro caso em Eunápolis. Em setembro de 2008, um menino de 15 anos chegou à escola Municipal Isabel Araújo, onde estudava, com um revólver pendurado na cintura. Um colega viu e chamou a polícia. Na delegacia, ele afirmou que achou a arma na represa de uma fazenda e não pretendia usá-la. Em setembro de 2009, um rapaz de 17 anos foi apreendido com um revólver 32 em frente à Escola Estadual Monte Pascoal, no centro da cidade. A arma tinha duas balas, e ele disse que a usaria para se "defender".
Alegar que a arma foi comprada de caminhoneiros é comum, segundo a polícia. Para o delegado de Eunápolis, Rodolfo Faro, é difícil traçar a origem exata, já que a maioria tem a numeração raspada.

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