15 de setembro de 2011

Melhor e pior escola do ES no Enem 2010 têm realidades diferentes


14/09/2011 23h24
Melhor escola tem mensalidade de, aproximadamente, R$ 2 mil.

Alunos do colégio com pior nota trabalham na lavoura durante o dia.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
A instituição de ensino capixaba com o pior resultado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2010, foi considerada pela Secretaria Estadual da Educação (Sedu) um exemplo de interação com a família, ficou em segundo lugar no 4º Prêmio Boas Práticas na Educação. A escola de ensino fundamental e médio José Roberto Christo, em Afonso Cláudio, na região Serrana, obteve 435,13 pontos na média total entre as escolas com mais de 75% de participação dos alunos no Enem.
A superintendência regional de educação ressalta que a 'nota baixa' se deu pela dificuldade que os alunos têm em estudar. A maioria divide o tempo na sala de aula com o trabalho nas lavouras de café. "É uma escola pequena e não é fácil manter o ensino médio pela característica da população. São trabalhadores rurais que estudam à noite e lutam para conseguir se formar no ensino médio", explica a superintendente, Maria Júlia Sanna.
O estudante Claudinei da Silva sai de casa às 6h e mostra como é sua rotina. "Às 6h30 eu chego na roça, 9h horas almoço, 13h é a hora do café e 16h30 tenho que ir embora para ir à escola", conta.
Claudinei trabalha na lavoura durante o dia e, à noite, vai para a escola. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Claudinei trabalha na lavoura durante o dia e, à noite, vai para a escola. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
A diretora da EEEFM José Roberto Christo, Zerilda Coelho, afirmou que os alunos ficaram desmotivados com o resultado. "Ficamos chocados e decepcionados. Foi muito difícil, parece que tudo caiu. Apenas uma turma de dez alunos foi avaliada", diz.Na capitalDo outro do ranking do Enem, a escola com maior pontuação no exame, o Centro Educacional Leonardo da Vinci, em Vitória, alcançou 690,64 pontos na média total. O colégio tem uma mensalidade de, aproximadamente, R$ 2 mil, e os alunos do 3º ano estudam o dia inteiro.
"Eu acordo às 6h, me arrumo e vou para escola. A aula começa às 7h, e a gente tem três aulas de manhã, cada uma com 50 minutos. Depois, um recreio e mais três aulas. Aí tem horário de almoço, e voltamos às 13h45. Assistimos a mais duas aulas, temos mais um recreio e acaba a aula. Quando dá umas 19h, eu volto a estudar, até umas 21h ou 22h", conta o estudante João Victor Fragoso, de 17 anos.
Governo do estadoPara o secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa, agora é o momento de as escolas trocarem experiências. "Nós vamos chamar as escolas para conversar e trocar experiências. Aplicarem o que tem de positivo uma na outra, para que isso seja revertido", afirma.

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