20 de dezembro de 2012

Punição do MEC atinge cursos de 9 federais



Seis universidades e três institutos estão proibidos de fazer vestibular de 14 cursos que, pela 2ª vez, tiveram desempenho ruim
Outros 186 cursos de unidades privadas têm nota insatisfatória em avaliações tanto de 2008 quanto de 2011
FLÁVIA FOREQUEDE BRASÍLIA
Nove instituições federais -seis universidades e três institutos- estarão impedidas, no próximo ano, de fazer vestibular para 14 cursos com desempenho ruim em avaliações do Ministério da Educação.
A pasta divulgou ontem a lista de 200 cursos que, pela segunda vez, tiveram nota insatisfatória -em 2008 e 2011- no CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador de qualidade de graduações que considera, principalmente, o Enade, a formação dos professores e a infraestrutura.
É a primeira vez que a proibição do vestibular é adotada de imediato como punição -foi a primeira vez também que se fechou um ciclo de avaliação, que dura três anos. Em anos anteriores, o bloqueio de novos alunos era definido após longo processo administrativo.
Anteontem, o ministério informou que a punição atingiria 207 cursos. O número incluía, porém, sete da Universidade São Marcos, descredenciada (fechada) em junho.
Dos 200 cursos punidos, 186 são de instituições privadas. Os outros 14 estão em unidades federais.
A maior parte das instituições federais, porém, pode recorrer da decisão e tentar reverter o veto ao vestibular. Isso porque de 2008 a 2011, seus cursos tiveram melhora no CPC, ainda que insuficiente, saltando de um indicador 1 para 2 -numa escala até 5, ambos são insatisfatórios.
Três, porém, passarão todo o ano de 2013 sem selecionar novos alunos para cursos considerados de má qualidade: a UFRR (Universidade Federal de Roraima) e os institutos do Pará e do Maranhão.
PRIMEIRA VEZ
O MEC divulgou ainda a relação de 292 cursos que, com desempenho ruim no CPC pela primeira vez -em 2011-, não poderão ampliar suas vagas em 2013. O vestibular pode ser realizado, mas deve manter o número mais recente de alunos.
A partir de hoje, o ministério publica os nomes no "Diário Oficial". Essas unidades tiveram desempenho ruim no IGC (Índice Geral de Cursos), que mede a qualidade da instituição como um todo, nas duas últimas avaliações.

OUTRO LADO
Boicote de alunos influenciou nota, dizem reitores
DO RIODE BELÉMDE BELO HORIZONTEDE RIBEIRÃO PRETOInstituições punidas criticam a avaliação do MEC e apontam boicotes de alunos ao Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), um dos itens da avaliação, como responsáveis pela nota insatisfatória obtida pelos cursos. Elas prometem recorrer.
O reitor da UFF, Roberto Salles, afirmou que o "sistema de avaliação é doente". "Não se pode avaliar como iguais os desiguais", afirmou, em referência aos tipos de ensino e de curso oferecidos entre as instituições, como as militares, as estaduais e as particulares.
Salles disse ainda que o resultado foi influenciado porque uma parte dos alunos entregou as provas em branco. "Fizeram isso em protesto contra o partido que está no poder [PT], mas não se atentaram que também serão prejudicados."
A UFU e a UFV também apontaram boicotes de alunos ao exame.
A UFPE informou que já recorreu ao MEC após ter o curso de engenharia cartográfica punido. A universidade ainda não sabe se vai manter a segunda fase do vestibular, prevista para janeiro, que teve 206 inscritos para 60 vagas.
Procuradas, UFPA e UFRR não responderam até a conclusão desta edição.

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