O ministro José Henrique Paim diz que MEC prioriza ações de formação docente
Cerca de 70% das ações de municípios, Estados e do governo federal voltadas a atividades de qualificação de docentes no exercício da rede pública brasileira no exercício têm baixa eficácia. Essa é a principal conclusão do estudo "Formação Continuada de Professores no Brasil", produzido pelo Instituto Ayrton Senna (IAS) e Boston Consulting Group (BCG), que ouviu cerca de 3 mil professores, diretores de escolas, gestores de secretarias de Educação e acadêmicos.
A principal mensagem do documento sugere que avançar na formação continuada dos 2 milhões de professores em atuação nas redes municipais e estaduais é a opção "mais acionável", um atalho, para melhorar a qualidade da educação brasileira.
Nas entrevistas, os docentes elencaram seis problemas nas políticas atuais de formação continuada: falta de incentivos formais (ajuda de custo), falta de tempo, problemas de conteúdo, falta de prioridade, desalinhamento das ações de formação com plano de carreira, e alta rotatividade.
Dos pontos levantados pelos professores, Daniela Arai, analista de projetos de educação e desenvolvimento do IAS, diz que o mais preocupante é a "desconexão" entre as atuais práticas de formação e a realidade do cotidiano dos professores na sala de aula.
"Não há ações customizadas e práticas, relacionadas com o dia a dia da sala de aula, resultando em ações de baixa eficácia. Mentorias foram relatadas por menos de 2% dos profissionais brasileiros, mas são consideradas as mais eficazes em redes de ensino nacional e estrangeiras consideradas referência", avalia Daniela.
Diante do diagnóstico apresentado pelo estudo do IAS e do BCG, o ministro da Educação, José Henrique Paim, reconheceu que a formação continuada e inicial de professores no Brasil é o maior gargalo do setor atualmente. "É preciso priorizar políticas que aproximem as necessidades do professor no trabalho e de sua formação ao longo da carreira", comentou Paim.
O ministro também disse que sua gestão prioriza a formação docente e que o MEC está reorganizando o financiamento público dessa área. "Boa parte dos recursos do ministério vai para formação inicial [bolsas de estudo para alunos de pedagogia e licenciaturas]. Os recursos que temos no MEC sofreram ao longo dos anos vários processos de reorientação", acrescentou o titular do MEC.
Paim citou o exemplo do [Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), lançado em 2012], que tem como eixo a formação continuada de professores para atingir o objetivo alfabetizar plenamente crianças até o fim do terceiro ano do ensino fundamental. "O estudo do IAS não contemplou o Pnaic, que trabalha justamente com o foco na formação continuada para a alfabetização. Estamos no meio de um processo, a organização do sistema de formação é resultado de um diagnóstico que está sendo feito, esse estudo ajuda", completou Paim.
Douglas Woods, executivo do BCG, diz que o Brasil precisa de atividades mais eficazes de treinamento. "As iniciativas de formação têm que ser mais práticas e menos teóricas, acontecer de fato dentro da sala de aula."
(Luciano Máximo / Valor Econômico)
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9 de julho de 2014
Formação de docentes é ineficiente, conclui pesquisa
Postado por
jorge werthein
às
15:15
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