32% das escolas municipais de SP passam lição todo dia, diz pesquisa
Número foi apontado por pais de alunos da rede municipal da cidade.
Secretaria disse que irá criar programa de recuperação paralela.
O levantamento, feito em novembro do ano passado durante a aplicação da Prova São Paulo, foi feito com cerca de 250 mil pais e 243 mil alunos. Cerca de dez mil professores, diretores, supervisores e coordenadores também responderam aos questionários. A rede municipal tem 990.427 alunos em 864 escolas de educação infantil e 541 escolas de ensino fundamental, além de 82 mil funcionários.
Do total dos pais, 74,3% disseram que acompanham as práticas de estudo do filho. No entanto, 38,7% não estabelecem horários para que o filho tenha uma rotina de estudos. Eles deram nota 8 aos cadernos de apoio e aprendizagem de língua portuguesa de matemática fornecidos pela secretaria para atividades extras dessas disciplinas. "O recado é que os pais querem mais lição de casa", disse o secretário municipal da Educação de São Paulo, Alexandre Schneider.
Entre os alunos do ciclo 1 (do segundo ao quarto ano do ensino fundamental), 51,6% disseram gostar de aulas em salas de apoio pedagógico. Dos que responderam à pesquisa, 47% disseram que frequentam aulas de apoio, 32,6% faz aulas nas salas especiais, 23% fazem recuperação em matemática e 30,3% fazem reforço de português.
Alexandre Schneider, secretário municipal da
Educação de SP (Foto: Fernanda Nogueira/G1)
No ciclo 2 (do quinto ao nono ano do ensino fundamental), as aulas de reforço não aparecem entre as atividades extraclasse que mais gostam. Dos alunos, 61,7% gosta de campeonatos e 61,5% gosta de festas. Entre eles, 20% fazem aulas em salas especiais, 22,4% têm recuperação de matemática e 25,3% têm recuperação de português.Educação de SP (Foto: Fernanda Nogueira/G1)
Alunos farão recuperação paralela
Schneider disse que a prefeitura irá instituir até a próxima semana um programa de recuperação paralela, que começará com alunos do ciclo 2 (alunos de 11 a 14 anos), que têm desempenho pior em avaliações. De acordo com o secretário, atualmente as escolas promovem atividades de reforço por conta própria a estudantes com mais dificuldades. “Hoje não tem padrão. Cada escola faz uma recuperação”, disse.
O programa, segundo o secretário, focará em atividades de português e matemática no contra-turno das aulas aos estudantes indicados pela própria escola. Deve começar no próximo semestre e o aluno participará durante o tempo necessário para melhorar. Os estudos serão acompanhados por professores da rede.
As 128 escolas da rede que não atingiram as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) serão acompanhadas de perto pela secretaria, de acordo com Schneider. “O grande desafio é melhorar o desempenho em matemática”, afirmou. De acordo com o secretário, todos os estudantes fazem exercícios de reforço de português e matemática duas vezes por semana no próprio horário de aula com cadernos de atividades fornecidos pela secretaria.
Outro programa que deverá ser instituído na próxima semana é o turno de sete horas. Neste caso, o aluno estuda cinco horas e pode fazer atividades extracurriculares por mais duas horas. “Já temos vários programas. Vamos ampliar gradativamente para alunos com mais dificuldade e vulnerabilidade”, disse.
Segundo o secretário, os dados da Prova São Paulo, que devem ser divulgados nesta quinta-feira (17), devem mostrar uma melhora dos alunos do ciclo 1 e uma situação pior no ciclo 2.
No caso da lição de casa, Schneider disse que a secretaria vai incentivar que os professores passem mais exercícios aos alunos e vai criar uma plataforma para troca de atividades entre os educadores pela internet. Haverá ainda um trabalho com os pais sobre como acompanhar melhor os filhos. “Tem que aumentar sensivelmente o número de tarefas que as crianças fazem em casa”, afirmou.
O estudo mostrou ainda que os pais dão nota 5,6 à disciplina dos alunos em sala e 6 a segurança na escola. A “bagunça”, segundo Scheneider, é um dos problemas a serem combatidos. “Temos que melhorar a disciplina em sala de aula. Não é com punição. Temos que ver que tipo de processo tem que fazer. Quais escolas têm projetos de sucesso. Informar para os outros trabalharem”, disse.
Sobre a nota ao quesito segurança, o secretário disse que é uma questão mais de sensação. “Vou tentar fazer uma pesquisa mais apurada para verificar a sensação. Ampliar o serviço de vigilância com a secretaria municipal e estadual para ronda escolar”, disse Schneider. O secretário disse que 370 escolas e 45 CEUs, de um total de 1.400 escolas municipais, têm monitoramento por câmera e vigilância.
De acordo com Scheneider, o resultado da pesquisa mostrou que os professores estão com a auto-estima alta e acreditam no próprio trabalho.
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